segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Os Livros do Remo

Alguns livros sobre Remo que conheço em Portugal:



sábado, 22 de novembro de 2008

Sabia que...


Cosme Damião o fundador do Sport Lisboa e Benfica foi um proeminente atleta de Remo do Clube Naval de lisboa tendo inclusive vencido a Taça Azambuja em Remo?








A. Bucknall medalha de Ouro nos Jogos Olimpicos em shell 8 e vencedor da Regata Oxford- Cambridge foi remador do Clube Naval de Lisboa?




Rodrigo Bessone Basto o grande nadador português venceu a a Taça Lisboa integrado numa equipa da Associação Naval de Lisboa?









Reis Marinheiros

El Rei D. João V ia amiúde assistir ao "caimento" dos navios e adorava visitar as embarcações que chegavam ao Porto de Lisboa.
O seu irmão, Infante D. Francisco, andava constantemente pelo rio no seu iate, acompanhando os navios de guerra que entravam e saiam.
El Rei D. José, as suas Rainhas, os príncipes e princesas seus filhos, costumavam assistir ao “caimento” dos navios que eram lançados ao mar depois de construídos e para se deslocarem do Terreiro do Paço a Belém preferiam os Bergantins aos Coches Reais.
D. Pedro V foi o protector da fundação da Real Associação Naval, em 1855,tendo inclusivé desenhado o seu símbolo.
D. Luis. o Rei Marinheiro, tinha a paixão pelo mar, foi destinado por sua mãe à carreira na Armada, tendo comandado o brigue Pedro Nunes e a corveta Bartolomeu Dias. Ainda como Duque do Porto, presidiu à Reunião no Hotel Bragança que serviu de fundação à Real Associação Naval, tendo inclusive, proposto este nome em vez de Real Yacht Club.
Foi proprietário de diversas embarcações entre as quais o Prenda uma cópia reduzida do Iate América e o Sirius o mais português de todos os iates.
D. Maria I, como dizem as gazetas desse reinado, o divertimento desta soberana eram os passeios por água à Senhora da Boa Viagem,à Cartuxa de Laveiras, a S. José de Ribamar e à Madredeus.
D. Carlos, um dos maiores Reis portugueses adorava praticar Remo na baía de Cascais, possuiu várias embarcações à vela, destacando-se o Nautilus e o Lia. Foi a seu mando que a Sociedade de Geografia institui a Taça Vasco da Gama.
O Principe D. Luiz Filipe seguiu os caminhos de seu pai e era costume trajar a farda do Real Clube Naval de Lisboa, que inlusivé levou vestida durante a viagem a Londres para a coroação do Rei Eduardo VII.
D. Manuel II apadrinhou a institução da Taça Lisboa e sabe-se que praticou Remo. Existem fotas suas também com a farda do Real Clube Naval de Lisboa, na viagem que fez com sua mãe e irmão pelo Mediterrâneo.
A Rainha D: Amélia era costume ir ao Leme do seu Iate Lia, mesmo por altura de muito temporal.

Presidentes da Republica Nautas

Manuel de Arriaga era sócio do Clube Naval de Lisboa e da Associação Naval de Lisboa, a seguir à implantação da Republica ofereceu a Taça Arriaga para competição em Barcos Automóveis e ofereceu a Taça Republica para ser competida em Barcos à Vela. Foi ele o impulsionador para a oferta da Taça 5 de Outubro pela Câmara Municipal de Lisboa para regatas de Remo.

Sidónio Pais foi membro do Clube Naval de Lisboa.

Cavaco Silva praticou Remo nas Escolas da Mocidade.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

D. Carlos e os Desportos Náuticos


A MONARQUIA E OS DESPORTOS NÁUTICOS

O Remo e a Vela constituíram desde sempre, os passatempos de eleição dos monarcas portugueses como nos conta o Almirante Celestino Soares nos seus Quadros Navais:
Referindo-se a João da Bemposta, filho do infante D. Francisco, Duque de Beja e sobrinho de El Rei D. João V “…– Este filho do infante era muito dado às cousas do mar, como seu pai, que andava constantemente pelo rio no seu iate, acompanhando os navios de guerra que entravam e saiam; mas não era só ele que mostrava gosto pela marinha, era El Rei, que subia a bordo dos navios, era a Rainha, que os ia ver a sair a barra e na falta destes espectáculos divertia-se a passear pelo Tejo nos bergantins reais, seguidos de faluas com atabales, trompas, rebecas e outros instrumentos…”

E mais à frente:
“… Para se fazer idea deste interesse e quasi paixão pelas cousas do mar vamos resumir os avisos que as gazetas fizeram das viagens de Suas Majestades pelo rio, preferindo o transito por agua de Belém à Madre de Deus, a Caxias, e outros pontos, ao transporte por terra; …”

Ainda nos quadros navais Celestino Soares escreve que tanto D. João V como D. José, as suas Rainhas, os príncipes e princesas seus filhos, costumavam assistir ao “caimento” dos navios que eram lançados ao mar depois de construídos e que para se deslocarem do Terreiro do Paço a Belém preferiam os Bergantins aos Coches Reais.

A GÉNESE DA VELA E DO REMO DESPORTIVO EM PORTUGAL
A origem do Remo como prática desportiva em Portugal, terá tido o seu início no princípio do século XIX.
Até essa data, o seu exercício estava reservado aos profissionais, sendo contudo conhecidas disputas entre embarcações de transporte de passageiros e entre as guarnições dos navios da Armada Real, as quais despertavam o interesse de multidões que afluíam às margens e aplaudiam com entusiasmo.

A prática do Remo em Portugal, enquanto desporto organizado, terá começado em 1828 com a fundação do Arrow Club por Abel Power Dagge, os irmãos Pinto Basto e alguns elementos da colónia britânica residente na metrópole, segundo documentos inéditos que nos foram recentemente facultados pela família Dagge.
Do referido acervo documental constavam as actas de fundação de várias associações náuticas, a sua correspondência e deliberações das Assembleias Gerais, assim como memórias de Abel Power Dagge, membro fundador da Real Associação Naval e do Clube Naval de Lisboa, quiçá o primeiro desportista náutico a existir em Portugal.

Segundo José Pontes, no seu livro “Quasi um século de desporto”, a primeira regata de desportistas amadores oficialmente realizada em Portugal foi de Remo, corria o ano de 1849, promovida por Abel Power Dagge. Logo no ano seguinte, em 1850, este inglês de barbas compridas, coadjuvado por Edward Shirley, Alex Hudson e Alex Hangcock, aproveitaram a estadia da nau britânica Vixen no Tejo para organizar a Primeira Carreira de Barcos à Vela, tendo participado cinco veleiros todos pertencentes aos ingleses.

São célebres, pelo menos a partir de 1852, por ocasião dos festejos anuais de Paço de Arcos, as Regatas em barcos à vela e a remos, promovidas pelo Conde das Alcáçovas e por um grupo de aristocratas, alguns deles ligados à Casa Real, e por elementos da colónia inglesa, nomeadamente os que haviam organizado as regatas dois anos antes. A regata de 1853, foi presidida pelo infante D. Luiz que se fez conduzir a bordo do vapor da Marinha Portuguesa Conde de Tojal. Aproveitando a estadia do barco de guerra inglês Odin, fundeado na Baia de Paço Arcos, realizou-se uma corrida de remos entre marinheiros portugueses e ingleses. Do programa de 1854, em complemento às Regatas de Vela, constava a participação de duas guigas de 4 remos, tripuladas por “curiosos”.

Na sequência destes eventos, foi fundada em 1855 a Real Associação Naval, a mais antiga agremiação desportiva da Península Ibérica e uma das mais antigas do mundo.
D. Luís, pai de D. Carlos, um apaixonado pelo mar, foi destinado por sua mãe à carreira na Armada, tendo comandado o brigue Pedro Nunes e a corveta Bartolomeu Dias. Por morte do seu irmão D. Pedro V, sem descendente, herdou então o reino de Portugal. Ainda como Duque do Porto, presidiu à Reunião no Hotel Bragança que serviu de fundação à Real Associação Naval, tendo inclusive, proposto este nome em vez de Real Yacht Club.

Na Regata do Tejo em 1854 e depois, na primeira prova organizada pela Real Associação Naval, em1856, o Rei D. Pedro V ofereceu um troféu em prata. Por mera curiosidade, ambas as competições foram vencidas pela mesma pessoa – Frederico Burnay – O barco vitorioso na primeira regata chamava-se Etoile du Nord e na segunda tinha o nome O Mesmo – efectivamente tratava-se da mesma embarcação, que tinha sido serrada ao meio pelo dono da Parceria dos Vapores Lisbonenses no seu estaleiro, devido ao facto do seu sócio A. I. G. Netto, depois de uma noite bem bebida, ter solicitado a Frederico Burnay o fim da sociedade e a consequente divisão em dois da embarcação. No dia seguinte o português, de origem belga, um desportista de eleição e como tal um grande gentleman, levou o seu amigo à Parceria e questionou-o sobre qual era a parte que ele desejava da embarcação que fora dividida ao meio. Não se lembrando das palavras ditas na noite anterior e pedindo desculpas ao seu amigo, solicitou a reparação do veleiro que depois de pronto foi rebaptizado de O Mesmo.

Em 28 de Agosto de 1856, aquela associação organizou uma regata em Paço de Arcos que constitui a primeira competição regulamentada, organizada por um clube náutico.

A regata da RAN de 1858 contou com a participação do iate Veloz, propriedade de D. Luíz, à época Comodoro daquela associação.
A referida embarcação fora construída com base no modelo do Iate Prenda, um barco que havia recebido como oferta de J Garland, Abel Power Dagge e Simão Aranha, uma cópia, mais pequena é certo, do Iate América que tinha aportado em Lisboa. Alguns anos mais tarde, em 1876, já Rei de Portugal, mandou construir, no Telheiro das Galeotas Reais, o Iate Sirius, embarcação que ficou com o epíteto do mais português de todos os iates, dado que desde a sua concepção até à obra-prima tudo era nacional. Este veleiro pode ser ainda admirado no Museu de Marinha.

Por intermédio da Real Associação Naval, através dos seus ilustres fundadores Abel Power Dagge e o Conde das Alcáçovas, muito ligado à família real, inicia-se o desporto amador em Portugal, motivado pelo notável incremento dos desportos náuticos, nomeadamente da prática do Remo e da Vela. Só mais tarde chegaram a Ginástica, o Ténis, o Ciclismo e o Futebol.


O interesse despertado pelo «divertimento das regatas», associado ao “gosto e predilecção” da Família Real pelos passeios a remos no Tejo, deram lugar em 1861, à formação de dois grupos de remadores. Abel Power Dagge, um dos fundadores da Real Associação Naval e, mais tarde, também fundador do Club Naval de Lisboa, fazia parte de uma das tripulações. Estes dois grupos de amadores remavam também em guigas de 8 remos, construídas propositadamente para esse fim pelos construtores Luís Silvério de Faria e I. C. Dangebau, que se denominavam respectivamente Lusitânia e Germânia. A guiga Lusitânia, construída em 1862, tinha 42 pés de comprimento e 6 de largura, tendo custado 201,600 reis. Segundo os nossos registos, esta guiga deverá ter sido a primeira embarcação desportiva de remo construída em Portugal e por um mestre português.
Destes acalorados desafios resulta a fundação, em Lisboa, do Tagus Rowing Club e do Club dos Remeiros Lusitano, dois dos primeiros clubes de remo instituídos em Portugal.
Alguns anos mais tarde, a 18 Novembro de 1891, foi instituído o Club Naval de Lisboa, contando-se entre os seus fundadores, os antigos sócios do entretanto extinto Rowing Club.
Com a introdução, em1878, dos primeiros outriggers de 4 remos, o desporto náutico entra num período de notável incremento, manifestado pelo aparecimento de novas agremiações, no aumento de sócios e na realização de certames náuticos promovidos por estas colectividades, sendo exemplo disso, as regatas de Paço de Arcos e, mais tarde, as regatas de Cascais e as regatas ao longo da muralha da Junqueira.


D. CARLOS, REI DESPORTISTA – SEU CONTRIBUTO NO INCREMENTO DOS DESPORTOS NAUTICOS
A VELA E O REMO

A 28 de Setembro de 1863 nasceu no extinto Município de Belém, no Palácio da Ajuda, D. Carlos de Bragança futuro Rei de Portugal, cientista, diplomata, desportista e um grande Soberano.
Herdou, certamente, de seu pai o gosto pelo mar e pelas coisas náuticas e desde muito cedo mostrou apetência pelo desporto e pelas artes. Excelente pintor, podemos admirar os seus belos desenhos de barcos e das regatas da Real Associação Naval o qual em pequenos blocos de apontamentos desenhava as embarcações que disputavam as provas de Vela e Remo.

Relativamente ao seu primeiro iate, uma oferta de D. Luiz, baptizou-o de Nautilus, demonstrando provavelmente, a sua admiração pela obra de Júlio Verne “As Vinte Mil Léguas Submarinas”. O palhabote Nautilus, construído em 1880, no mesmo local do Sirius, foi uma embarcação memorável servindo, anos mais tarde, de escola a muitos amadores da Vela no Clube dos Aspirantes de Marinha e como escola de Vela no Clube Naval de Lisboa, a quem tinha sido entregue pela Marinha Portuguesa depois do bárbaro assassinato do seu Comodoro.
Em virtude da sua pequena dimensão e apesar de ter alcançado algumas vitórias, nomeadamente, em 29 de Junho de 1885, contra o Yawl Vega, o Nautilus foi relegado para a segunda classe, sendo substituído pelo Aura, um Yawl de 40 toneladas que venceu as regatas de Cascais de 1887 e 1888. Mais tarde D. Carlos adquiriu também o Corsair e o Viking.

Na regata da Real Associação Naval de 1889, o Alvor de João António Pinto venceu o Aura de D. Carlos e o Mina de Hermann Moser, tendo D. Carlos oferecido um sextante como prémio. Em 1890, a Real Associação Naval voltou a organizar outra regata em Cascais tendo sido vencedor o Aura do seu Comodoro.

A 1 de Outubro de 1893, já depois da fundação do Clube Naval, a Real Associação Naval organizou uma regata em Cascais na qual competiram o Lia que D. Carlos adquirira nesse ano em Inglaterra, que chegou em primeiro na regata mas devido ao abono que recebia, o Helena de Guilherme Lane foi considerado vencedor. Participaram ainda o Aura, agora propriedade de D. Afonso, o Orion de Dinis de Abreu, o Vega de João Bregaro, o Alda de Ruy D´Orey e o Mina do velho Hermann Moser, que velejava ao leme apesar dos seus provectos 90 anos.

A primeira Corinthian Race (prova em que os timoneiros das embarcações são amadores) realizada em Portugal teve lugar a 8 de Outubro de 1893, na qual participaram D. Carlos ao leme do Lia, José Ribeiro da Cunha timonando o Vega, Guilherme Lane a comandar o seu Helena e ainda o Mina que tinha a dirigi-lo Carlos Schelmick. A prova efectuou-se na Baía de Cascais num triângulo entre Cascais, S. João do Estoril e a Cabeça do Pato, sensivelmente a 3,5 milhas do Bugio. D. Carlos chegou primeiro à meta mas como o Vega recebia abono do Lia foi considerado o vencedor.

No Centenário de Santo António, a 29 de Junho de 1895, foi organizada uma Regata Internacional de Vela na tentativa de promoção da cidade de Lisboa, tendo sido enviado convite aos principais clube náuticos europeus, convidando-os a inscrever as suas embarcações na prova. Para tal, os prémios eram superiores ao habitual, mas do estrangeiro apenas o cutter Rebelle do Marquês de Torcy se apresentou na Regata contra o Aura e o Lia que foi o vencedor, tendo contudo D. Carlos oferecido o seu prémio ao segundo classificado. Nas provas de remo venceu a Ophélia de D. Carlos, com uma tripulação de sócios Real Clube Naval vencendo sete medalhas de Ouro, uma delas faz ainda parte do espólio do Clube Naval de Lisboa.

Em 1896, D. Carlos e D. Amélia passearam-se num escaler de 8 remos durante a Regata de Cascais organizada pela Real Associação Naval na qual competiram nove provas de Remo e seis de Vela. Aquela regata, destacou-se pela grande adesão do público que acorreu à margem para assistir àquele que foi um dos maiores eventos desportivos realizados em Portugal. Nesse dia a vila recebeu seis mil visitantes.


A par da presença em certames náuticos o Rei D. Carlos dedicou muito do seu tempo à ciência nomeadamente à Oceanografia estudando a costa de Portugal. As suas campanhas oceanográficas no Iate Amélia desenvolveram-se entre 1896 e 1907.


No âmbito das comemorações do quarto Centenário da descoberta do caminho marítimo para a Índia, El Rei D. Carlos patrocinou vários eventos desportivos e culturais nos quais se incluíam provas de Remo e Vela, tendo talvez sido o expoente máximo do reinado de D. Carlos a nível desportivo. O Rei encarregou a Sociedade de Geografia de Lisboa de encomendar à Casa Leitão e Irmão a concepção de uma obra de arte, destinada a um prémio perpétuo para regatas internacionais de Vela: a emblemática Taça Vasco da Gama.
Foram realizadas quatro edições da Taça tendo, após a morte do monarca, ficado guardada no Clube Naval de Lisboa como que a saudar o seu instituidor.

Na primeira edição da prova, em 1898, organizada em Cascais pela Real Associação Naval, a pedido da Sociedade de Geografia, o Lia de D. Carlos competiu contra o Ketch Caridad de Lord Dunraven, num percurso de quatro balizas colocadas em Cascais, Ponta de Rana, Cabeça do Pato e Oitavos. A vitória pertenceu ao barco do Royal Yacht Squadron com um grande avanço em virtude de, na tentativa de vencer, o iate português ter içado todo o pano, do que resultou a perda do mastaréu do traquete, logo no início da corrida e, ao rondar a primeira bóia, ter ficado sem o mastaréu da vela grande, invalidando qualquer hipótese de vencer a regata.

Ainda integradas nas comemorações realizaram-se mais 3 regatas de Vela em Paço de Arcos, com prémios monetários e medalhas de prata.
Nas provas de Remo em Lisboa, saíram vencedoras entre outras a guiga Alice, da Real Associação Naval com sete Medalhas de ouro, a guiga Ophelia de D. Carlos, correndo com sócios do Real Clube Naval com sete medalhas de Vermeil, o outrigger Sado do Clube dos Aspirantes de Marinha e, em Skiff, venceu uma medalha de ouro o Sr. Augusto Seixas no Paulo. Nas provas de Escaleres venceram as embarcações de dois barcos ingleses e um alemão, tendo como premio dez libras esterlinas e medalhas de cobre.
Realizaram-se ainda corridas de Ciclismo para Amadores e Profissionais, Singulares e em Tandem com vitorias de Mário Duarte e Sebastião Herédia, um Concurso de Tiro e diversos eventos culturais nomeadamente um “Concurso para um drama histórico comemorativo”, “Concurso para um quadro histórico comemorativo”, “Concurso para um projecto de habitações económicas (Lisboa, Porto e Covilhã)”, “Concurso para um projecto de escultura monumental comemorativa” e finalmente um “Concurso para decorações”. Realizaram-se ainda edições filatélicas e numismáticas destas comemorações.

A segunda edição da Taça Vasco da Gama foi novamente realizada em 1901 pela Real Associação Naval, a pedido do clube inglês que era o seu detentor, demonstrando o seu prestigio e a sua qualidade organizativa mesmo fora do nosso país, saindo vencedor o Yawl Leander de Rupert Guiness que derrotou o Lia de D. Carlos e o Tágide de António Medeiros.

A terceira edição da prova, em 1904, foi realizada pela Liga Naval, que havia sido fundada em 1902.
(Nessa altura a recém criada Liga Naval tentou a fusão do Real Club Naval e da Real Associação Naval com o apoio de Vasconcellos Thompson, tendo-se efectivamente formado duas comissões dos clubes para estudar o assunto, não tendo contudo a proposta de união ido avante).
Mais uma vez o Lia de Sua Majestade se inscreveu nesta prova, tendo o Dinorah, do Conde de Castro Guimarães, Contra-Comodoro do Real Clube Naval como competidor. Numa edição totalmente nacional, Charles Bleck ao leme do Dinorah, venceu a Taça para o Real Club Naval.
1907 foi o ano da quarta e ultima edição da Taça Vasco da Gama desta feita ganha por D. Carlos, Comodoro do Real Club Naval que manteve a Taça no clube organizador, correndo no Maris Stella, um barco que o Rei tinha adquirido em 1901.

Para comemorar os aniversários do Rei D. Carlos e da Rainha Dª Amélia, o Real Club Naval de Lisboa decide realizar as Regatas de Cascais em 29 de Setembro de 1901, a que se seguiram nos anos seguintes, na mesma data, regatas idênticas que se celebrizaram pelo seu esplendor. Podemos ler no Livro de actas da Comissão de Regatas do Real Club Naval de Lisboa que nesta regata existiram provas disputadas por senhoras da sociedade constituindo, provavelmente, uma das primeiras manifestações de desporto feminino em Portugal.
Nas provas de Remo, a que suscitava mais interesse era a regata entre as guigas de seis remos pertencentes ao Rei e à Rainha D. Maria Pia (que assistia às regatas a bordo do seu caíque Sirius) as quais competiam entre si, respectivamente a Ophelia e a Vega, sendo esta ultima normalmente timonada pelo Infante D. Afonso. Os remadores eram quase sempre sócios da Real Associação e do Real Club Naval, sendo os prémios distribuídos nas instalações do Sporting Clube de Cascais.

Entre 1901 e 1905, o Real Club Naval organizou regatas em Cascais, contando sempre com a assistência de Sua Majestade o Rei D. Carlos, a bordo do Iate Lia ou do Amélia, eventos amplamente divulgados na imprensa da época, nomeadamente no Jornal “O Sport” de 21/07/1902:
- “ (...) A natureza, querendo hontem galardoar os esforços de um punhado de rapazes que n´esta terra ainda se interessam pelo sport náutico, vestiu-se de gala e deu-lhes tudo o que era necessário para esse fim: vento fresco para as corridas de vela; brisa suave para os espectadores encalmados; lux difusa para os amadores photograficos – que eram bastantes, – e mar de leite para as regatas de remos. Isto posto, vamos ao resultado d´essa bela festa. Sua Magestade El-Rei assistiu a toda a regata, de bordo do Iate Lya, pertencente a sua augusta esposa. O lindo barco arvorava o distinctivo do Real Club Naval de Lisboa. (...)”.

Também em 1902, por iniciativa de Charles Bleck, importaram-se de Inglaterra barcos de uma nova classe de racers, os Bulb-Keels. Mediam 7 metros e eram “uns barquinhos muito bonitos e velozes”, lia-se na edição de 22 de Setembro de 1902 do DN. Vieram o Geisha para o Conde de Castro Guimarães, o Náiade para Charles Bleck, o Laura para José Libanio Ribeiro da Silva e o Nadedja para El Rei D. Carlos.
Efectuaram-se várias regatas nas quais devido à equivalência das embarcações e ao sistema de marcação de pontos em que se somavam as diversas corridas, a destreza do timoneiro se destacava. Acresce que as velas eram numeradas, facto que provocava grande efeito no público que seguia as regatas com grande entusiasmo.
Efectuaram-se corridas a 13 e a 29 de Junho, a 25 de Julho e a 24 de Agosto. Na última regata, realizada a 21 de Setembro, em Cascais, o Nadedja de D. Carlos foi declarado o vencedor, tendo como prémio uma concha de prata, oferta da rainha D. Maria Pia, igualmente aficionada dos desportos náuticos. O conde de Castro Guimarães ofereceu também um barómetro aneróide como prémio. Nos anos seguintes realizaram-se mais regatas desta classe e a maioria das vezes o barco de D. Carlos era o vencedor.

Ainda no ano de 1902, um dos mais profícuos em disputas náuticas, a Comissão de Regatas de Leixões, dirigida por Alberto Kendall, organizou a primeira Regata Oceânica realizada em Portugal.
Para a organização do evento, pediu apoio ao Real Clube Naval, utilizando o seu Regulamento de Provas e contando, para a fiscalização da prova, com os seus dirigentes: Joaquim Leotte, como júri de chegada, e Vasconcellos Thompson que foi dar a largada ao porto de Leixões.
No âmbito dos preparativos da regata, a Comissão de Regatas de Leixões em carta dirigida ao RCN, datada de 29 de Agosto de 1902, escreve: “ …agradecemos a boa vontade com que esse Club nos auxiliou n’ésta nossa primeira tentativa para a introdução de Corridas de vela no norte do paiz. …”
O Lia de D. Carlos e D. Amélia inscreveu-se na prova, facto que deixou “penhoradíssima” a Comissão de Regatas como refere na mesma carta: “ (…) Foi com verdadeiro enthusiasmo que recebemos a noticia telegraphica que S.M. a Rainha se dignou abrilhantar as nossas festas mandando o seu palhabote “Lia” a Leixões, pelo que a Comissão está penhoradíssima. (…)”.
A mesma comissão decidiu que se o Lia vencesse, enviaria a Lisboa emissários para entregar pessoalmente o troféu, intenção que é referida na carta, de 6 de Setembro desse ano, dirigida ao RCN: “… Se por ventura o “Lia” de S. M. a Rainha ganhar o primeiro premio pedimos venia para podermos mandar uma comissão fazer a entrega a S. M. (…)”.
A prova teve que ser adiada de 9 para 10 de Setembro devido ao mau tempo. Foi efectivamente vencida pelo Lia que chegou no dia 12 a Cascais, vencendo um par de serpentinas de prata. As outras embarcações o Helena, o Zephyr, o Vivandiére, o Dinorah e o Diana tiveram que voltar para trás, não aguentando o mau estado do mar. Combinaram efectuar outra regata entre eles, tendo largado no dia 14, à excepção do Zephyr, numa prova que se revelou bastante renhida, da qual saiu vencedor o Diana de Talone que venceu apenas com uma diferença de 2 minutos e quarenta e cinco segundos, tendo com prémio um par de castiçais de prata. (…)
Em 1903 e 1904 as edições da Regata contaram sempre com a vitória do Lia, iate de Suas Majestades.

Em 1905 a regata Leixões – Cascais foi realizada a 23 de Outubro, tendo desta vez sido organizada pelo recém-criado Grémio do Sport Náutico do Porto, e contou com o patrocínio do Rei D. Carlos que ofereceu o premio para as regatas do dia anterior na capital nortenha.

Aproveitando o apoio e beneplácito do seu Comodoro, Sua Majestade El Rei D. Carlos, o Clube Naval de Lisboa cresceu e difundiu os Desportos Náuticos pelo País abrindo secções e Postos Náuticos em Azambuja, Cascais, Trafaria, Luanda, Lourenço Marques, Portimão, Lagos, Pedrouços e Funchal. Estas delegações evoluíram mais tarde para os actuais clubes existentes nestas localidades.
Em 1904, a pedido do director do CNL, Joaquim Leotte, a Associação Naval de Lisboa, o Clube Naval de Lisboa, o Clube de Aspirantes de Marinha e o extinto Clube Naval Madeirense instituíram a Taça Lisboa em Remo como Campeonato de Portugal, Taça ainda hoje em competição, constituindo a prova desportiva mais antiga do nosso país.
A primeira regata foi realizada a 29 de Maio, tendo lugar ao longo da muralha da Junqueira, entre as docas de Santo Amaro e do Bom Sucesso.
A Real Associação Naval, o Real Club Naval de Lisboa, o Club dos Aspirantes de Marinha e o Club Naval Madeirense, promulgam as Bases da Convenção, ao mesmo tempo que aprovam o primeiro regulamento de regatas de Remo que estabelece as bases para a regulamentação “das corridas de embarcações de Remo“.
A Convenção tinha como fim último promover “o desenvolvimento do rowing portuguez”, a ela se devendo o rápido desenvolvimento que o Remo atingiu nos anos que se lhe seguiram.


Nas festas da Arrábida, em Setúbal, o Rei D. Carlos promoveu, assistiu e ofereceu o prémio para as regatas de Remo que se realizaram a 1 de Julho de 1906, nas quais participaram todos os clubes da capital, o Antigo Círio de Nossa Senhora da Arrábida, a canhoneira Vouga e o vaso de guerra Bérrio. Realizaram-se também competições de Vela e de Natação. As provas do ano anterior já haviam contado com o patrocínio de El Rei que tinha, inclusive, aprovado pessoalmente o Programa das Regatas, inscrevendo na regata de Remo os escaleres do Iate Amélia. As regatas de 1905 iniciaram-se com uma prova à vela entre a Junqueira e Setúbal.





A MOTONÁUTICA E A NATAÇÃO
Em 1906, na Natação, outra modalidade náutica muito apreciada pelo monarca, organizou-se a primeira prova de meia milha marítima, que teve lugar a 14 de Outubro no Alfeite, realizada pelo Real Gimnasium Club Português com o patrocínio e oferta de uma Taça por parte de D. Carlos, na qual se sagrou vencedor Rumsey, pertencente à colónia inglesa residente no Porto.


A partir de 1907 começaram a vulgarizar-se os barcos a gasolina e, como sempre, o Rei D. Carlos foi um dos impulsionadores das novas embarcações, adquirindo o Usona com motor Lozier. Juntamente com o Rei converteram-se à nova modalidade o Conde de Gimenez e Molyna, o Conde de Castro Guimarães, Fernando Anjos, Mariano Cardoso, Alfredo Bleck e George Norton entre outros. A primeira prova a motor oficialmente realizada, de que temos conhecimento, foi organizada pelo Real Clube Naval, a 29 de Setembro, em Cascais com o patrocínio e vitória de D. Carlos.

O REGICÍDIO E A PROCLAMAÇÃO DA RÉPUBLICA
A partir do bárbaro assassinato de D. Carlos e do Príncipe D. Luiz Filipe, a Vela e o Remo perderam muita visibilidade, em grande parte devido à sua ligação à Casa Real e também mercê dos atritos e corte de relações entre a Real Associação Naval e o Real Clube Naval, derivado das contendas das regatas de Remo, em especial da Taça Lisboa, que motivava a mudança de atletas entre estes clubes e o Clube Naval Madeirense, tendo mesmo proporcionado um duelo em Cascais entre Alberto Totta e Carlos Sá Pereira, e a destruição, numa zaragata, da Cervejaria Jansen, no Cais do Sodré, na sequencia de um empate entre as guigas Alice e Eleanora, nas Regatas do Centenário de Santo António. Esta desavença entre os dois maiores clubes náuticos portugueses só terminou com um jantar organizado por Mauperrin Santos, Presidente do Comité Olímpico Português, em que estiveram presentes os Presidentes dos dois clubes desavindos, já muito depois da implantação da república, em 1912.

A proclamação da República teve pois repercussões nos desportos Náuticos, sobretudo na Vela, com o desaparecimento dos Yachts Reais. Consequentemente, os clubes apadrinhados pela Família Real sofreram um duro revés. Porém, lentamente, conseguem reagir reformando os respectivos estatutos, ao mesmo tempo que diversificam a sua acção, tornando-se mais eclécticos, criando secções com diferentes modalidades desportivas, a par de uma intensa actividade cultural e social, patente na organização de festivais náuticos e na promoção de passeios à vela e a remos que movimentam grande número de sócios, respectivas famílias e despertam o interesse da sociedade da época.

Só depois, no Estado Novo, através da Mocidade Portuguesa é que a Vela e o Remo voltaram a ter os níveis de participação desportiva e organizativa existente na altura do Reinado de D. Carlos, o que demonstra o quanto os Desportos Náuticos devem a uma das maiores figuras do nosso Portugal, que começa agora a ser recordada como um grande Rei, cuja capacidade democrática é ainda rara no nosso tempo.

180 Anos de Remo em Portugal

180 ANOS DE REMO EM PORTUGAL
A prática do Remo em Portugal, enquanto desporto organizado, terá começado em 1828 com a fundação do Arrow Club por Abel Power Dagge, os irmãos Pinto Basto e alguns elementos da colónia britânica residente na metrópole, segundo documentos inéditos que nos foram recentemente facultados pela família Dagge.
Do referido acervo documental constavam as actas de fundação de várias associações náuticas, a sua correspondência e deliberações das Assembleias Gerais, assim como memórias de Abel Power Dagge, membro fundador da Real Associação Naval e do Clube Naval de Lisboa, quiçá o primeiro desportista náutico a existir em Portugal.
Segundo José Pontes, no seu livro “Quasi um século de desporto”, a primeira regata de desportistas amadores oficialmente realizada em Portugal foi de Remo, corria o ano de 1849, e foi promovida por Abel Power Dagge.
São célebres, pelo menos a partir de 1852, por ocasião dos festejos anuais de Paço de Arcos, as Regatas em barcos à vela e a remos, promovidas pelo Conde das Alcáçovas, por um grupo de aristocratas, alguns deles ligados à Casa Real, e por elementos da colónia inglesa. A regata de 1853, foi presidida pelo infante D. Luiz que se fez conduzir a bordo do vapor da Marinha de Guerra Portuguesa Conde de Tojal. Aproveitando a estadia do barco de guerra inglês Odin, fundeado na Baia de Paço Arcos, realizou-se uma corrida de remos entre marinheiros portugueses e ingleses. Do programa de 1854, constava a participação de duas guigas de 4 remos, tripuladas por “curiosos”.
Na sequência destes eventos, foi fundada em 1855 a Real Associação Naval, a mais antiga agremiação desportiva da Península Ibérica e uma das mais antigas do mundo.
O interesse despertado pelo «divertimento das regatas», associado ao “gosto e predilecção” da Família Real pelos passeios a remos no Tejo, deram lugar em 1861, à formação de dois grupos de remadores. O primeiro grupo era composto na sua maioria por ingleses mesclado de alguns portugueses e, o segundo, era constituído exclusivamente por indivíduos da colónia alemã. Estes dois grupos de amadores remavam também em guigas de 8 remos, construídas propositadamente para esse fim pelos construtores Luís Silvério de Faria e I. C. Dangebau, que se denominavam respectivamente Lusitânia e Germânia. A guiga Lusitânia, construída em 1862, tinha 12,80 m de comprimento e 1,83 m de largura, tendo custado 201,600 reis. Segundo os nossos registos, esta guiga deverá ter sido a primeira embarcação desportiva de remo construída em Portugal e por um mestre português. Destes acalorados desafios resulta então a fundação, em Lisboa, do Tagus Rowing Club e do Club dos Remeiros Lusitano, dois dos primeiros clubes de remo instituídos em Portugal.
Numa época em que o remo desportivo era a modalidade de eleição praticada pela elite inglesa residente na região norte é fundado, em 20 de Junho de 1866 o Oporto Boat Club, em 1868 o Clube Naval Portuense e em 1876, o Club Fluvial Portuense, fundado num antigo café da Ribeira, o Café de Santo Amaro, resultante do entusiasmo de um grupo de portuenses pelos desportos náuticos. Este último, ainda em actividade trata-se da colectividade desportiva mais antiga do Norte de Portugal. O Oporto Boat Club era apenas constituído por ingleses, possuindo tripulações de muita qualidade e na altura consideradas invencíveis. Segundo as nossas consultas a sua primeira derrota foi em 1906, sobre a qual tratamos mais à frente.
Na segunda metade do Séc. XIX, a Figueira da Foz era o local de ferias durante os meses de Agosto a Outubro das elites portuguesas, aparecendo a veranear também alguns espanhóis. Neste contexto formam-se na Figueira a Associação Naval Figueirense, com estatutos de 1866 e o Clube Moderno cujos estatutos datam de 1881. A 14 de Outubro de 1880 funda-se em Setúbal a Associação Fluvial Setubalense, mostrando-nos que o gosto pelos desportos náuticos em Setúbal também é muito antigo
Em 1884, ainda por iniciativa de Abel Power Dagge, foi criado o primeiro Campeonato que se realizou em Portugal. As regatas foram efectuadas no Tejo durante três anos seguidos, em skiff, como competidores estiveram os ingleses Hickei e Mitchel e o futuro Barão de Almeirim, Manuel Braamcamp, que venceu os ingleses e conquistou o Titulo de Campeão do Tejo, ganhando uma medalha de ouro que usava com orgulho na corrente do seu relógio. É durante este ano, 1884, que as regatas passam a ser sempre em linha recta na distância de uma milha aproximadamente. Anteriormente eram normalmente efectuadas entre duas bóias com ida e volta.
Em 27 de Janeiro de 1892, são aprovados os estatutos do Club Naval de Lisboa, já em actividade desde Novembro de 1891. Com o aparecimento do Clube Naval de Lisboa os desportos náuticos e o Remo em particular, ganham um notável incremento porque o recém-criado Clube imprime um grande dinamismo na prática desportiva.
No dia 1 de Maio de 1893 é fundada na Figueira da Foz, a Associação Naval 1º de Maio, a primeira colectividade de cariz eminentemente popular instituída em Portugal, nascendo segundo Maria Alice Guimarães, como continuidade da Associação Naval Figueirense. Nesse mesmo ano, a Real Associação Naval e o Real Gimnásium Club Português criam as suas secções de Remo. Na cidade de Aveiro, em 1894, o Ginásio Clube Aveirense organiza uma secção de Remo, que mais tarde viria a chamar-se Clube Mário Duarte. Logo a seguir a 1 de Janeiro de 1895 é fundado o Ginásio Clube Figueirense, como Clube Gimnastico Velocipedico Figueirense, porventura a continuação do Clube Ginástico, fundado anteriormente nesta cidade em 1889.
Em 1896, D. Carlos e D. Amélia passearam-se num escaler de 8 remos durante a Regata de Cascais organizada pela Real Associação Naval na qual competiram nove provas de Remo e seis de Vela. Aquela regata, destacou-se pela grande adesão do público que acorreu à margem para assistir àquele que foi um dos maiores eventos desportivos realizados em Portugal. Nesse dia a vila recebeu seis mil visitantes.
Para comemorar os aniversários do Rei D. Carlos e da Rainha Dª Amélia, o Real Club Naval de Lisboa decide realizar as Regatas de Cascais em 29 de Setembro de 1901, a que se seguiram nos anos seguintes, na mesma data, regatas idênticas que se celebrizaram pelo seu esplendor. Podemos ler no Livro de actas da Comissão de Regatas do Real Club Naval de Lisboa que nesta regata existiram provas disputadas por senhoras da sociedade constituindo, provavelmente, uma das primeiras manifestações de desporto feminino em Portugal.
Aproveitando o apoio e beneplácito do seu Comodoro, Sua Majestade El Rei D. Carlos, o Clube Naval de Lisboa cresceu e difundiu os Desportos Náuticos pelo País abrindo secções e Postos Náuticos em Azambuja, Cascais, Trafaria, Luanda, Lourenço Marques, Portimão, Lagos, Pedrouços e Funchal. Estas delegações evoluíram mais tarde para os actuais clubes existentes nestas localidades.
No alvorecer do século XX despertava grande interesse as regatas em guigas de quatro e de seis remos. No entanto, a falta de uniformidade nas características das embarcações, a que se juntava uma deficiente regulamentação, suscitavam frequentes conflitos que, em alguns casos, conduziam à quebra de relações entre as principais agremiações náuticas. Em 1898, no Centenário da Índia devido a um empate numa regata de Remo os atletas da Real Associação Naval e do Real Clube Naval envolveram-se numa zaragata que destruiu a Cervejaria Jansen, no Cais do Sodré, com prejuízos no valor de 400.000 réis (O Infante D. Afonso quis inteirar-se pessoalmente do ocorrido) e em 1906 houve mesmo um duelo à espada, em Cascais, entre Alberto Totta do CNL e Carlos Sá Pereira da ANL, devido a uma regata da Taça Lisboa.
A necessidade de regulamentação das regatas de Remo mereceu alguma reflexão no “Congresso Marítimo Nacional”, promovido pela Liga Naval Portuguesa, em 1902, sem que contudo daí resultasse alguma alteração tendo, no entanto, sido aprovada a tese “Impulsionamento do rowing nacional. Sua utilização possível na educação física do povo português”, da autoria de Joaquim Leotte dirigente do Clube Naval de Lisboa e o grande responsável pela instituição da Taça Lisboa a prova mais importante do Remo Português.
É neste contexto que em 1904, a pedido de Joaquim Leotte, a Associação Naval de Lisboa, o Clube Naval de Lisboa, o Clube de Aspirantes de Marinha e o extinto Clube Naval Madeirense instituíram a Taça Lisboa em Remo como Campeonato de Portugal, Taça ainda hoje em competição, constituindo a prova desportiva mais antiga do nosso país. Assim nasceu a Taça Lisboa e a Convenção que se lhe seguiu assinada pelos mesmos clubes, a 20 de Abril de 1904. A primeira regata da taça foi realizada a 29 de Maio, ao longo da muralha da Junqueira, entre as docas de Santo Amaro e do Bom Sucesso. A Convenção, o primeiro regulamento de regatas de Remo, estabelece as bases para a regulamentação “das corridas de embarcações de Remo e tinha como fim último promover “o desenvolvimento do rowing portuguez”, a ela se devendo o rápido desenvolvimento que o Remo atingiu nos anos que se lhe seguiram.
Nos Jogos Olímpicos de 1908, Henry Bucknall, o voga da tripulação de Shell 8 de Inglaterra, que venceu a medalha de ouro, foi remador do Clube Naval de Lisboa. Filho do seu Comodoro Bucknall, tendo associado a si e a seu pai uma história de desforra entre o CNL e uns ingleses do Porto, como já tínhamos descrito anteriormente. Em 1906 depois de várias derrotas e humilhações dos remadores portugueses contra as tripulações invencíveis dos ingleses do Porto, o Comodoro Bucknall, agarrou no seu filho e meia dúzia de atletas do CNL e levou-os para estágio para uma propriedade que possuía em Sarilhos. Dos treinos bastante puxados apenas resistiram o seu filho e mais três jovens que desafiaram e venceram os ingleses numa regata em Cascais, era a primeira vez que alguém lhes ganhava. Deverá ter sido, também, o primeiro estágio de “competição” efectuado no nosso Pais. Logo a seguir uma tripulação da Real Associação Naval consegue um feito idêntico e acaba-se o mito dos ingleses do Porto.
Em 1908 o Dr. António Rainha oferece ao Ginásio Figueirense a Taça Mondego para ser disputada em inriggers de 4 remos na distância de uma milha, por todas as tripulações nacionais existentes, sempre no rio Mondego. Em 1911 Francisco Bento Pinto oferece à Associação Naval 1º de Maio a Taça Alzira, disputada no mesmo tipo de embarcação mas como Campeonato Regional. Segundo o grande dirigente figueirense Severo Biscaia: “A disputa da Taça Alzira constituía um grande alvoroço e assunto de todas as conversas, atiravam-se pedras de cima da ponte à passagem das embarcações, e ouviam-se muitos insultos mútuos pois os do Ginásio eram finitos que só comiam bifes e bebiam agua das pedras e os da Naval uma data de carroceiros que se alimentavam a vinho tinto e sardinha.”
A proclamação da República teve repercussões nos Desportos Náuticos, sobretudo na Vela com o desaparecimento dos Yachts Reais. Consequentemente, os clubes apadrinhados pela Família Real sofreram um duro revés, foi necessário mudar de nome e de pavilhão. Porém, lentamente, conseguem reagir reformando os respectivos estatutos, ao mesmo tempo diversificam a sua acção, tornando-se mais eclécticos, criando secções com diferentes modalidades desportivas, a par de uma intensa actividade cultural e social, patente na organização de festivais náuticos e na promoção de passeios à vela e a remos que movimentam grande número de sócios, respectivas famílias e despertam o interesse da sociedade da época. Paralelamente, promovem a construção em Portugal dos primeiros barcos a remos de corrida, nos estaleiros privativos da Associação e do Clube Naval.
Decorria o ano de 1910 quando se funda em Viana do Castelo o Viana Taurino Club o primeiro desta cidade e que iria começar e dinamizar o desporto do Remo no rio Lima, contudo já em 1906 no Jornal Aurora do Lima podemos ler que: “nas festas da Senhora da Agonia realizou-se uma regata de três escaleres a 4 remos”.
Ainda neste ano Armando Soares Franco, Presidente da ANL oferece uma Taça com o seu nome para ser disputada pelas Escolas Superiores de Lisboa e Mauperrin Santos, sócio do Clube Naval, Director da Escola Académica e Presidente da Sociedade Promotora de Educação Física Nacional (futuro COP) oferece também uma Taça com o seu nome que seria disputada pelas Escolas Secundarias e Liceus da Capital, começando então uma nova era no desporto escolar. As regatas eram organizadas pelo CNL e pela ANL com o patrocínio da CML. Alguns anos mais tarde a Federação Portuguesa do Remo continuaria a utilizar essas Taças com o mesmo propósito, nascendo as regatas escolares que se iriam disputar até aos anos sessenta em Lisboa, no Porto e na Figueira.
Nas regatas efectuadas nesse ano, a 3 de Outubro pelo Viana Taurino, em Viana do Castelo, para competição da Taça com o nome do clube, origina-se uma grande celeuma porque um dos competidores, o Clube Fluvial Portuense, coloca slides no escaler Porto que vence a regata mas depois é desclassificado, pelos árbitros. Este episódio fez correr muita tinta nos jornais da época. Na regata participaram clubes de Viana, Esposende, Vila do Conde e Porto. Ainda na mesma regata comentou-se o equipamento dos atletas, se devia ser calça ou calções e lê-se também no Jornal Sport de Lisboa “ (…) A garrafa de excitante despejada à partida pela tripulação do Viana Taurino Clube, a que se refere o Sr. Silveira, não passa de uma simples e inofensiva garrafa de água do Vidago (…).
O ano de 1919 é marcado pela realização, na Figueira da Foz, do Campeonato Internacional de Remo para comemorar a vitória das forças aliadas da Primeira Grande Guerra, onde seria disputada a Taça da Vitória que a par da Taça Lisboa seria a prova mais importante do remo português. Podiam concorrer a este campeonato todas as colectividades desportivas nacionais e estrangeiras legalmente constituídas.
A Taça da Vitória foi instituída pela Associação Naval 1º de Maio e adquirida por subscrição entre as Nações Aliadas da Grande Guerra e destinava-se a ser disputada em outriggers de oito remos. As Nações que subscreveram a Taça foram Portugal, Brasil, América do Norte, Inglaterra, França, Itália, Bélgica, Servia, China, Japão, Grécia, Sião, Roménia, Honduras, Libéria, Panamá, Nicarágua e Peru. Também em 1919 formou-se a primeira Selecção Nacional de remo para os Jogos Interaliados em Paris. Dado que não se realizaram os Jogos Olímpicos, as Nações Aliadas organizaram estas provas, em vários desportos, para moralizar os soldados e aproximar os países amigos. Um misto da ANL e do CNL, representou Portugal e remou em Shell 8 e Shell 4.
No dia 19 de Fevereiro de 1920 na Sala da Associação Naval de Lisboa reúne-se a Comissão Organizadora e Iniciadora da Federação Nacional de Remo, com a participação dos clubes de Lisboa e da Figueira (do Porto não houve resposta à solicitação mesmo depois de serem enviados dois ofícios), marcando então uma reunião de delegados oficiais para o dia 10 de Março, sendo contudo no Congresso Náutico Nacional realizado no Porto, em Abril de 1920, por iniciativa do Clube Fluvial Portuense com o apoio do Sport Clube do Porto, que a Associação Naval de Lisboa e o Clube Naval de Lisboa apresentaram as bases, da Federação Nacional de Remo passando, a partir dessa data, a existir uma entidade reguladora do desporto do Remo em Portugal. Nesse mesmo congresso são também instituídos e regulamentados os Campeonatos Nacionais de Remo
Aos 29 dias do mês de Agosto de 1921 reuniram-se na Sala da Associação Naval, os clubes: Associação Naval de Lisboa, Clube Naval de Lisboa, Associação Naval 1º Maio, Ginásio Clube Figueirense, Clube Naval Setubalense e Sport Algés e Dafundo tendo procedido à eleição da primeira Comissão Dirigente da Federação Portuguesa do Remo que ficou assim constituída:
Presidente – Dr. Carneiro Prego
Secretario – Nuno Vasconcelos
Tesoureiro – José Reis
Vogais – Augusto Salgado e Carlos Botelho Moniz
Em 1922 a Federação Portuguesa do Remo inscreve-se na FISA, o que lhe permite fazer-se representar nos campeonatos da Europa em Como, Itália, em 1923, com uma tripulação de Shell de dois com timoneiro do Sport Clube do Porto e, em 1926, em Lucerna, Suíça, com uma tripulação do Clube Naval de Lisboa que participa nas provas de quatro com e sem timoneiro.
Os Campeonatos Nacionais de Remo de 1931, organizados pelo Clube Fluvial Portuense e pelo Sport Clube do Porto, realizados no Porto, entre o Bicalho e a Alfândega, destacaram-se pela forte adesão do público que acorreu a ambas as margens para assistir àquele que foi o maior evento desportivo realizado em Portugal até aquela data, tendo-se computado uma assistência superior a 50 mil pessoas.
Nesse mesmo ano, as Regatas Internacionais da Figueira da Foz com provas Natação, Remo e Vela tiveram igualmente grande adesão por parte do público, contabilizando-se cerca de 25 mil assistentes.
A realização, a partir da década de trinta, dos Campeonatos Escolares de Remo, organizados pela Federação Portuguesa de Remo e a criação a nível estatal dos Centros de Remo da Mocidade Portuguesa, movimentaram um maior número de praticantes, facto que se reflecte no fomento da modalidade.
Nos anos quarenta organizaram-se várias e diferentes provas destacando em 1944 o I Campeonato de Remo para empregados das Companhias de Seguros, Torneios da Mocidade, o Campeonato Peninsular em 42,43 e 45, e um Campeonato Nacional Universitário em 1945. Em 1947 a FPR organizou a 1ª Conferência Nacional de Remo, publicando também um anuário. No ano de 1948 Portugal inicia a sua participação nos Jogos Olímpicos, aproveitando as excelentes performances das célebres tripulações do S. C. Caminhense e do Galitos de Aveiro. Em 1952,1960,1972,1992,1996 e recentemente em 2008 volta a marcar presença nestes eventos. É na década de quarenta que também se conjectura sobre a construção de uma pista de Remo na Cruz Quebrada, em Lisboa, na Barragem do Ermal, em Braga ou na Pateira de Fermentelos, em Aveiro, desenrolando-se uma acesa discussão sobre o melhor local.
Os anos sessenta destacaram-se pelo início da competição dos Jogos Luso Brasileiros e em 1966 foram criados os escalões etários para os mais jovens, como categoria de remadores. A partir de 25 de Abril de 1974, dá-se início a uma nova etapa no desenvolvimento do Remo desportivo, pautada pelos princípios de democratização do desporto, definidos na política estatal da época, tendo em vista a massificação da modalidade. No âmbito desta política, a Direcção Geral dos Desportos, implementa Planos de Desenvolvimento da Modalidade. Em 1976, inicia-se o processo de formação de treinadores, sistematizados em vários graus. É estabelecido um intercâmbio com a Polónia com a vinda da equipa olímpica polaca durante todo o mês de Fevereiro, tendo, no âmbito do mesmo, sido dada formação a um elevado número de técnicos nacionais. Paralelamente, assiste-se à criação de Escolas de Remo da DGD por todo o país.Nos anos 80, a ANL introduziu a variante de Remo Indoor em Portugal organizando, em 1992, o primeiro Campeonato Nacional de Remo Indoor que conta com um elevado número de participantes. Em 1985, realiza-se o primeiro Congresso de Remo, na Figueira da Foz onde, pela primeira vez, se reúnem todos os agentes desportivos que participam na vida da modalidade, tendo-se debatido amplamente os problemas do Remo.No ano seguinte o Remo passa a integrar as modalidades com planos de Alta Competição que a DGD apoia. Após esporádicas presenças em 1962 e 1982, Portugal inicia, em 1986, a sua participação regular e sistemática em campeonatos do mundo de remo com uma presença em Inglaterra. Dois anos depois, Henrique Baixinho, skiffista peso ligeiro, classifica-se em 4º lugar no Campeonato do Mundo de Milão. Em 1985 disputa-se em Óbidos um Oxford – Cambridge em Shell de oito, numa pista já balizada, embora de forma rudimentar. Também neste ano são iniciados cursos de remo para cidadãos com deficiência. Em 1989 são redigidos os novos estatutos e os treinadores criam a sua própria estrutura – o Conselho de Treinadores. A década de 90 é marcada pelo aumento de participações em competições no estrangeiro e pela obtenção dos resultados mais significativos na História do Remo nacional, destacando-se:
A conquista, em 1990, da primeira medalha na Taça das Nações com uma tripulação feminina em double-skull. No ano seguinte, novamente uma tripulação feminina conquista mais uma medalha na Taça das Nações, uma medalha nas regatas internacionais de Lucerna e atinge a final A no Campeonato do Mundo;
Em 1994, a conquista da primeira medalha num campeonato do mundo com uma tripulação de quadri - skull peso ligeiro. Em 1999, uma tripulação de double-skull masculino, Artur Antunes e Bruno Mascarenhas, conquista o seu primeiro título Mundial, no Campeonato do Mundo de Juniores em Plovdiv, Bulgária; A publicação de legislação sobre o regime jurídico das federações, em 1993, implica que estas alterem os seus estatutos para poderem ser consideradas de utilidade pública desportiva. Em Lisboa realiza-se a Conferência Anual FISA de Treinadores com a presença de técnicos de todo o mundo.Em 1997 tem início o plano de apetrechamento dos clubes, apoiado pela Federação, que viria a contemplar mais de 100 embarcações, dezenas de ergómetros e centenas de remos. Três anos mais tarde, cinco árbitros portugueses obtêm a licença internacional e, quatro deles, passam a partir desta data a marcar presença nas grandes regatas internacionais, incluindo campeonatos do mundo.No Congresso Ordinário da FISA, realizado em Lucerna, Suíça, em Agosto de 2001, José Nunes é eleito Presidente da Comissão do Remo Adaptado, sendo o primeiro português a ter assento nas estruturas executivas da Federação Internacional, devendo-se ao seu excelente desempenho nesse cargo, a participação do Remo adaptado, pela 1ª vez nos Jogos Olímpicos, em Pequim. Em 2002, depois de um processo iniciado em 1997, é inaugurada a pista de Montemor – O – Velho, obedecendo o seu projecto às especificações da FISA para pistas internacionais. Em 2003, e depois de uma primeira participação no ano anterior, uma tripulação de Remo Adaptado de Soure conquista a primeira medalha num campeonato do mundo. A prática desportiva do Remo tem-se diversificado nos últimos tempos e encontramos hoje também nos planos de actividade federativos alem da competição o Remo Indoor, o Remo de Mar, o Remo Adaptado e o Remo de Turismo. A conquista do primeiro título mundial da sua história, em 1999, a organização do Congresso Extraordinário da FISA na cidade do Porto em 2001, com a presença de 200 delegados de 60 países, e a realização em Montemor – O – Velho, em Agosto de 2002, da Coupe de la Jeunesse, competição onde estiveram presentes 400 participantes de 10 países europeus, deram à Federação e ao País, uma visibilidade exterior impensável poucos anos atrás, o que originou através de um grande empenho de António Rascão Marques, presidente da Federação, do Governo, representados pelo ministro da Presidência sr. Dr. e principalmente pelo nosso grande amigo o sr. Secretario de Estado do Desporto, Dr. Laurentino Dias, a conquista da organização do Campeonato da Europa de 2010 ao fim de 86 anos, o que motivou, até um castigo a Portugal pela FISA, devido ao facto de em 1924 e 1954 os Governos de então não terem apoiado a organização do evento já destinada a Portugal.
Deve ser o nosso propósito aproveitar a excelente comunhão existente entre o Governo da Republica e as estruturas dirigentes da Federação para voltar a colocar o Remo no lugar que é seu por direito na Sociedade Portuguesa.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Remo em Portugal

O Remo foi o primeiro desporto a ser praticado no nosso País. Abel Power Dagge, um inglês, trouxe o desporto consigo e com a sua família, fundando vários clubes entre os quais o Clube Naval e a Associação Naval.
É à família Dagge que devemos a prática do Remo, Vela e Ciclismo, foram eles os primeiros a praticar estes desportos neste país de marinheiros.
O nosso desporto rema novamente em águas bravas, mas estas peripécias já o Remo viveu em anos findos, se consultarmos a história do Remo, momentos iguais a este foram vários e se ocultarmos as datas nem nos apercebemos que estamos a ler algo que se passou no século XX ou mesmo no século XIX.

A maioria dos nossos dirigentes são retrógrados, mesmo os de tenra idade, são mais pré históricos que os dinossauros, só pensam no seu quintal e como comprar um Empacher, mesmo que o seu clube se situa num barracão, não tenha balneários, nem condições de higiene e segurança.

Há que exigir que os outros paguem as contas por eles, e quem não compete não Rema!!!!