REGATAS ESCOLARES
Aproveitando o entusiasmo do 1º aniversário da proclamação da Republica o Clube Naval de Lisboa com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, instituiu a Taça 5 de Outubro, uma Taça perpétua para ser disputada todos os anos na Capital, como Campeonato Regional de Velocidade na distância de 2000 metros. Na primeira edição venceu o Clube Naval e nos anos de 1912, 13 e 14 a vitória pertenceu sempre à ANL. Ainda durante o ano de 1911 Armando Soares Franco, Presidente da ANL e Ministro da Instrução ofereceu uma Taça com o seu nome para ser disputada pelas Escolas Superiores de Lisboa e Mauperrin Santos, sócio do Clube Naval, Director da Escola Académica e presidente da Sociedade Promotora de Educação Física Nacional (futuro COP) doou também uma Taça com o seu nome que seria disputada pelas Escolas Secundarias e Liceus da Capital, começando então uma nova era no Desporto Escolar. As regatas eram organizadas pelo CNL e pela ANL com o patrocínio da CML. Alguns anos mais tarde a Federação Portuguesa do Remo continuaria a utilizar essas Taças com o mesmo propósito, nascendo as Regatas Escolares que se iriam disputar até aos anos sessenta em Lisboa, Porto e Figueira. As condições iniciais para a disputa das Taças eram as seguintes:
Taça Soares Franco |
A Taça
Soares Franco, oferecida pelo Sr. Armando Soares Franco, Presidente do
Conselho executivo da ANL, é destinada a ser disputada em regatas anuais,
entre as Escolas Superiores de Lisboa e debaixo das seguintes condições: |
1 – A
corrida será disputada em inriggers de primeira classe, a 4 remos; |
2 – A
disputa realizar-se-á, sendo possível, no dia da corrida da Taça Lisboa; |
3 – A
regata efectuar-se-á ao longo da muralha norte do Tejo, num percurso de |
4 –
Nenhuma escola poderá inscrever mais que uma tripulação; |
5 – A
inscrição fecha dez dias antes do dia marcado para a regata; |
6 – O
regulamento da corrida será, na parte aplicável, aquele que for adoptado para
a corrida da Taça Lisboa; |
7 – A
escola vencedora será a detentora da Taça, ficando responsável pela sua
conservação. Dez dias antes da corrida será a Taça entregue à comissão
organizadora da regata, a qual novamente a entregará à escola vencedora. |
8 – A
Taça será perpétua, tendo a escola que a ganhar durante três anos
consecutivos, direito a um diploma especial conferido pelas restantes escolas
que tenham disputado a Taça; |
9 – Aos
tripulantes da escola vencedora serão conferidas medalhas de vermeil; |
10 – A
inscrição para a corrida será de 5 escudos por cada escola, destinando-se o
produto das inscrições à aquisição das medalhas e outras despesas
especialmente inerentes à corrida da Taça; |
11 –
Quando por qualquer motivo não se realiza a corrida da Taça Lisboa, será a
organização da corrida da Taça Soares Franco confiada à Associação Naval de
Lisboa, de acordo com as escolas concorrentes. |
Taça Mauperrin Santos
A Taça Mauperrin Santos, oferecida pelo Sr. Dr. Jayme
Mauperrin Santos, director da Escola Académica, sócio do Clube Naval de Lisboa,
é destinada a ser disputada, em regatas anuais, entre as Escolas Secundarias e
Liceus de Lisboa e debaixo das seguintes condições:
1 – A corrida será disputada em inriggers de primeira
classe, a 4 remos;
2 – A disputa realizar-se-á, sendo possível, no dia da
corrida da Taça Lisboa;
3 - A regata efectuar-se-á ao longo da muralha norte
do Tejo, num percurso de
4 – Nenhuma escola poderá inscrever mais que uma
tripulação;
5 – A inscrição fecha dez dias antes do dia marcado
para a regata;
6 – O regulamento da corrida será, na parte aplicável,
aquele que for adoptado para a corrida da Taça Lisboa;
7 – A escola vencedora será a detentora da Taça,
ficando responsável pela sua conservação. Dez dias antes da corrida será a Taça
entregue à comissão organizadora da regata, a qual novamente a entregará à
escola vencedora.
8 – A Taça será perpétua, tendo a escola que a ganhar
durante três anos consecutivos, direito a um diploma especial conferido pelas
restantes escolas que tenham disputado a Taça;
9 – Aos tripulantes da escola vencedora serão
conferidas medalhas de vermeil;
10 – A inscrição para a corrida será de 5 escudos por
cada escola, destinando-se o produto das inscrições à aquisição das medalhas e
outras despesas especialmente inerentes à corrida da Taça;
ANO |
Mauperrin |
Soares Franco |
Nobre Guedes |
1913 1918 1924 1925 1934 1935 1936 1937 1938 1939 1940 1942 1943 1944 1945 1946 1947 1948 1951 1952 1953 1954 1955 1956 |
Escola Académica Casa Pia Escola Académica Escola Académica Liceu Gil Vicente Liceu Gil Vicente Liceu Gil Vicente Marquês de Pombal Casa Pia Veiga Beirão Passos Manuel Machado de Castro Pedro Nunes Manuel Bernardes Passos Manuel Camões Ferreira Borges Ferreira Borges Ferreira Borges Ferreira Borges Liceu Francês Passos Manuel Ferreira Borges Casa Pia |
Escola Naval - - Instituto Sup. Comercio Técnico Veterinária Técnico Agronomia Agronomia Económicas e Financeiras Económicas e Financeiras INEF Faculdade Ciências - Faculdade Ciências Técnico Escola Naval Escola Naval - Faculdade Letras Faculdade Letras Escola Naval Escola Naval Escola Naval |
- - - - Instituto Industrial Instituto Industrial Instituto Industrial Instituto Industrial Instituto Industrial Instituto
Industrial Instituto Industrial Escola Náutica Pupilos do Exército Pupilos do Exército - Inst. Ferrov Sul e Sueste Pupilos do Exercito Instituto Industrial - Instituto Industrial Instituto Industrial Instituto Comercial Pupilos do Exercito Instituo Industrial |
A realização, a partir da década
de trinta, dos Campeonatos Escolares de Remo, organizados pela Federação
Portuguesa de Remo e a criação a nível estatal dos Centros de Remo da Mocidade
Portuguesa, movimentaram um maior número de praticantes, facto que se reflecte
no fomento da modalidade.
Nos primeiros Campeonatos
Escolares de Remo, na era da Federação, organizados pelo Clube Naval, em Lisboa
e pelo Sport no Porto, por incumbência da FPR, em 1934, tomaram parte as
seguintes escolas:
De Lisboa – Faculdade de Ciências, Instituto Superior Técnico, Faculdade de Letras, Escola Superior de Medicina Veterinária, Instituto Superior de Agronomia, Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, Escola de Belas Artes, Escola Naval, Escola Militar, Escola Náutica, Instituto Industrial de Lisboa, Instituto Comercial de Lisboa, Casa Pia de Lisboa, Liceu de Pedro Nunes, Escola Comercial de Ferreira Borges, Liceu Camões, Liceu Passos Manuel, Escola Minerva e Liceu de Gil Vicente.
No Porto: Faculdade de Engenharia, Faculdade de Ciências, Instituto Industrial do Porto, Instituto Comercial, Escola Industrial Marques Leitão, Escola Industrial Infante D. Henrique, Liceu de Alexandre Herculano, Liceu Rodrigues de Freitas e Escola Comercial de Oliveira Martins.
Em Lisboa as tripulações eram
treinadas pela Associação e pelo Clube Naval e no Porto pelo Sport e pelo Fluvial.
Estavam em disputa as Taças Mauperrin
Santos – Escolas Secundárias, Taça
Eng. Nobre Guedes – Escolas Técnicas e Taça
Soares Franco – Escolas Superiores. De salientar que na primeira década
deste século a Taça Mauperrin Santos e
a Taça Soares Franco já faziam parte
de provas escolares organizadas pela ANL e pelo CNL, a partir de 1911. Foi tão
bem acolhida por parte dos Directores das Escolas, a organização das provas,
que alguns tiveram palavras de incitamento e louvor pela resolução tomada.
Tanto entusiasmo despertou também nos alunos que a inscrição nas diversas
escolas foram tantas que se tornou difícil a selecção, por exemplo o Liceu
Camões enviou 52 alunos para escolha de 5.
Os vencedores, em Lisboa, foram o Instituto Industrial, Instituto Superior Técnico e Escola Gil Vicente.
O ano de 1942 foi o último ano em
que as regatas escolares foram organizadas pela Federação. A partir deste ano a
disputa destas Taças passa a ser responsabilidade da Mocidade Portuguesa. As
organizações do regime passam a controlar mais uma actividade bastante antiga
do remo Português. A partir de 1944 as Regatas são efectuadas com o “alto
patrocínio do Ministro da Educação Nacional”. Uma instituição e dinamização dos velhos Clubes (ANL E CNL) são assim
roubadas sem dignidade nenhuma.
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