HISTÓRIA DA FEDERAÇÃO PORTUGUESA DO REMO
Apesar da prática do
Remo em Portugal ter começado já em 1828 o remo de competição só dava os
primeiros passos com a fundação da Real Associação Naval em 1855 pelo Rei D. Luís
ainda como Duque do Porto.
No livro
de José Pontes, “Quasi um século de
desporto”, tomamos conhecimento que em 1849 Abel Power Dagge “teve a veleidade de organizar uma regata” de
Remo, tendo sido esta portanto a primeira prova organizada em Portugal.
No programa
da Regata do Tejo de 11 de Setembro
de 1854 constava a participação de duas guigas de 4 remos, “tripoladas por curiosos”.
Nos
clubes existiam duas classes de sócios os Capitalistas
(depois Proprietários), que pagavam
joia, e eram os donos das embarcações e os Sub
Escreventes (depois Contribuintes) que
apenas pagavam uma subscrição, mas não eram proprietários do material do clube
e só podiam remar desde que autorizados pelos Patrões.
Os anos
60 do século XVIII foram muito profícuos em agremiações náuticas tanto em
Lisboa onde temos conhecimento de vários Clubes tais como Club dos Remeiros
Lusitano, Tagus Rowing Club, Club Naval,
Club do Tejo, Club dos Remeiros Corsário etc.
No Porto encontrámos
referências ao Oporto Boat Club, só de ingleses, Clube Naval Portuense e em
1872 o ainda existente Clube Fluvial Portuense.
Na Figueira destacamos a
Associação
Naval Figueirense, com estatutos de 1866 e o Clube Moderno cujos
estatutos datam de 1881(antecessores da Naval e do Ginásio). A 14 de Outubro de
1880 funda-se em Setúbal a Associação Fluvial Setubalense. Na cidade de Aveiro,
em 1894, o Ginásio Clube Aveirense organiza uma secção de Remo, que mais tarde
viria a chamar-se Clube Mário Duarte. Só no advento da República é que temos
conhecimento do Remo em Viana com a fundação do Viana Taurino Club o primeiro
desta cidade e que iria começar e dinamizar o desporto do Remo no rio Lima,
contudo já em 1906 no Jornal Aurora do Lima podemos ler que: “nas festas da
Senhora da Agonia realizou-se uma regata de três escaleres a 4 remos”.
Em 1863 as Maganas de
Avintes competiam entre si nas regatas portuenses, portanto o Remo Feminino
também tem muita história em Portugal.
Em 1884, ainda por
iniciativa de Abel Power Dagge, foi criado o primeiro Campeonato que se
realizou em Portugal. As regatas foram efectuadas no Tejo durante três provas
seguidas, em skiff, como competidores estiveram os ingleses Hickei e Mitchel e
o futuro Barão de Almeirim, Manuel Braamcamp, que venceu os ingleses e
conquistou o Titulo de Campeão do Tejo, ganhando uma medalha de ouro que usava
com orgulho na corrente do seu relógio. É durante este ano, 1884, por
iniciativa da Real Associação Naval que as regatas passam a ser sempre em linha
recta na distância de uma milha aproximadamente. Em 27 de Janeiro de 1892, são
aprovados os estatutos do Club Naval de Lisboa, já em actividade desde Novembro
de 1891. Com o aparecimento do Clube Naval de Lisboa os desportos náuticos e o
Remo em particular, ganham um notável incremento porque o recém-criado Clube
imprime um grande dinamismo na prática desportiva.
Aproveitando o apoio e
beneplácito do seu Comodoro, Sua Majestade El Rei D. Carlos, o Clube Naval de
Lisboa cresceu e difundiu os Desportos Náuticos pelo País abrindo secções e
Postos Náuticos em Azambuja, Cascais, Trafaria, Luanda, Lourenço Marques,
Portimão, Lagos, Pedrouços e no Funchal. Estas delegações evoluíram mais tarde
para os actuais clubes existentes nestas localidades.
No alvorecer do século
XX despertava grande interesse as regatas em guigas de quatro e de seis remos.
No entanto, a falta de uniformidade nas características das embarcações, a que
se juntava uma deficiente regulamentação, suscitavam frequentes conflitos que,
em alguns casos, conduziam à quebra de relações entre as principais agremiações
náuticas. Em 1898, no Centenário da Índia devido a um empate numa regata de
Remo os atletas da Real Associação Naval e do Real Clube Naval envolveram-se numa
zaragata que destruiu a Cervejaria Jansen, no Cais do Sodré, com prejuízos no
valor de 400.000 réis (O Infante D. Afonso quis inteirar-se pessoalmente do
ocorrido) e em 1906 houve mesmo um duelo à espada, em Cascais, entre Alberto
Totta do CNL e Carlos Sá Pereira da ANL, devido a uma regata da Taça Lisboa. Guiga
D. Maria Pia
A necessidade de
regulamentação das regatas de Remo mereceu alguma reflexão no “Congresso
Marítimo Nacional”, promovido pela Liga Naval Portuguesa, em 1902, sem que
contudo daí resultasse alguma alteração tendo, no entanto, sido aprovada a tese
“Impulsionamento do rowing nacional. Sua utilização possível na educação física
do povo português”, da autoria de Joaquim Leotte dirigente do Clube Naval de
Lisboa e o grande responsável pela instituição da Taça Lisboa a prova mais
importante do Remo Português.
É neste contexto que em
1904, a pedido de Joaquim Leotte, a Associação Naval de Lisboa, o Clube Naval
de Lisboa, o Clube de Aspirantes de Marinha e o extinto Clube Naval Madeirense
instituíram a Taça Lisboa em Remo como Campeonato de Portugal, a Taça ainda
hoje em competição, constitui a prova desportiva mais antiga do nosso país.
Assim nasceu a Taça Lisboa e a Convenção que se lhe seguiu assinada pelos
mesmos clubes, a 20 de Abril de 1904. A primeira regata da taça foi realizada a
29 de Maio, ao longo da muralha da Junqueira, entre as docas de Santo Amaro e
do Bom Sucesso. Venceu a ANL –
A Convenção, o primeiro
regulamento de regatas de Remo, estabelece as bases para a regulamentação “das
corridas de embarcações de Remo e tinha como fim último promover “o
desenvolvimento do rowing portuguez”, a ela se devendo o rápido desenvolvimento
que o Remo atingiu nos anos que se lhe seguiram.
Nos Jogos Olímpicos de
1908, Henry Bucknall, o voga da tripulação de Shell 8 de Inglaterra, que venceu
a medalha de ouro, aprendeu a remar no Clube Naval de Lisboa, Filho do Comodoro
do CNL Henry Bucknall. Remador Oporto na Boat Race. Cascais.
Em 1910 Armando Soares
Franco, Presidente da ANL oferece uma Taça com o seu nome para ser disputada
pelas Escolas Superiores de Lisboa e Mauperrin Santos, sócio do Clube Naval,
Director da Escola Académica e Presidente da Sociedade Promotora de Educação
Física Nacional (futuro COP) oferece também uma Taça com o seu nome que seria
disputada pelas Escolas Secundarias e Liceus da Capital, começando então uma
nova era no desporto escolar. As regatas eram organizadas pelo CNL e pela ANL
com o patrocínio da CML. Alguns anos mais tarde a Federação Portuguesa do Remo
continuaria a utilizar essas Taças com o mesmo propósito, nascendo as regatas
escolares que se iriam disputar até aos anos sessenta em Lisboa, no Porto e na
Figueira.
Nesta altura não havia
nenhum entendimento entre os vários clubes e cada um tinha as suas regras e
tipos de embarcações, em Lisboa remava-se em Guigas de 4 e 6 com e sem banco
móvel, na Figueira usavam Guigas de 4 de banco fixo e escaleres, no Porto em Runners,
introduzidos em Portugal pelo Fluvial, e em Escaleres.
Em 1911 houve uma tentativa, por parte do Clube Naval
de Lisboa, de fundar a Federação de Remo mas os propósitos não vão avante.
Houve uma reunião na sede do CNL com representantes dos clubes de Lisboa,
Porto, Figueira, Aveiro, Esposende e Vila do Conde, mas como a ANL se recusou a
aceitar o acordo, ficou apenas como proposta.
Ainda em 1911, Francisco Bento Pinto ofereceu à Naval
1º de Maio a Taça Alzira, para ser
disputada como Campeonato Regional entre os dois clubes da Figueira.
Nestes desaguisados
existia a Federação Portuguesa de Sports que englobava vários desportos mas que
ninguém ligava muito e não impunha respeito.
A 20 de Setembro de
1914 disputou-se em Portugal pela primeira vez uma Regata Universitária disputada
no Mondego a Taça Universidade de Coimbra. A Regata foi presidida pelo Reitor
da Universidade de Coimbra e venceu por uma proa a Faculdade de Ciências, a
prova não mais foi efectuada e a Taça perdeu-se sem se saber onde está.
Nos dias 9, 10,11 e 12
de Junho de 1916 o Ginásio Clube Português organizou um Congresso de Educação Física que deliberou ser importante criar um
Instituto que oriente a Educação e Cultura Física e que o Desporto a par da
Inspecção Médica sejam obrigatórios nas escolas desde a instrução primária. Uma
deliberação que ainda hoje não é cumprida pelas autoridades governamentais,
mantendo-se perfeitamente actual.
No jornal Sport de Lisboa, de 18 de Novembro podemos
ler que o Ginásio Clube Figueirense lança um repto aos clubes portugueses para
uma reunião na Figueira a fim de se escolher o melhor tipo de barco de
competição existente ou para adquirir um, esta pode ser considerada mais uma
tentativa de fundação de uma Federação. Efectivamente numa reunião em Janeiro
de 1917 reuniram-se na sala da direita da Sede do Ginásio Clube Figueirense,
modernamente à Rua Nova. A sala foi adaptada, colocaram palmeiras e outras
plantas em vasos com as cores do clube, nas paredes altas estavam pendurados
quadros com assuntos náuticos e ao centro por cima da presidência estava o
valioso estandarte do Ginásio bordado a Ouro, a Bandeira Nacional e a legenda a
letras gordas: “O futuro de Portugal está no mar”. O Presidente da Direcção do
Ginásio deu as boas-vindas aos representantes dos clubes e convidou Álvaro
Gaia, delegado da ANL para presidir aos trabalhos do Congresso Náutico da Figueira,
ladeado por Augusto d´Oliveira, director técnico do Ginásio Figueirense e por
Augusto Nogueira, delegado da Associação Naval 1º de Maio.
No final dos trabalhos foram aprovadas as seguintes
conclusões:
Características do barco de corrida a adoptarem:
- Outrigger de 4 remos de tábua trincada com o mínimo
de 5 tábuas.
- Comprimento de 12 m a 12 m 40.
- Boca mínima de 0,65 m .
- Pontal adequado às circunstancias locais.
- Slides colocados à vontade, podendo ser colocados no
centro ou na borda, sem fixação de percurso.
- Que os clubes da mesma localidade possuam, dentro
das condições acima barcos perfeitamente iguais.
- Que seja adoptado um único regulamento de corrida,
fixando-se porem em 1500
metros o percurso das corridas dos campeonatos
interclubes.
- Que se procure instituir um troféu com a cooperação
de todos os clubes náuticos do país que adira à sua instituição e que a regata
se realize alternadamente nas localidades sedes dos mesmos clubes, ficando a
organização a cargo desses clubes.
Só que, as dificuldades económicas dos clubes eram de
tal ordem, que estas conclusões do Congresso da Figueira nunca foram adoptadas
por nenhum dos clubes congressistas. Podendo ainda somar o facto do Clube Naval
de Lisboa nunca ter aderido e inclusive achar que esta embarcação não era a
adequada à prática do Remo em Portugale que a distância era menor do que a
normalmente usada na Taça Lisboa e na maioria de provas de Seniores, que era já
de 2000 metros .
O ano de 1919 é marcado
pela realização na Figueira da Foz, do Campeonato Internacional de Remo para
comemorar a vitória das forças aliadas da Primeira Grande Guerra, onde seria
disputada a Taça da Vitória que a par da Taça Lisboa seria a prova mais
importante do remo português. Podiam concorrer a este campeonato todas as
colectividades desportivas nacionais e estrangeiras legalmente constituídas.
A Taça da Vitória foi
instituída pela Associação Naval 1º de Maio e adquirida por subscrição entre as
Nações Aliadas da Grande Guerra e destinava-se a ser disputada em outriggers de
oito remos. As Nações que subscreveram a Taça foram Portugal, Brasil, América
do Norte, Inglaterra, França, Itália, Bélgica, Servia, China, Japão, Grécia,
Sião, Roménia, Honduras, Libéria, Panamá, Nicarágua e Peru. As embarcações de 8
foram compradas de propósito em Inglaterra pela Naval 1º Maio.
Também em 1919 se formou a primeira Selecção
Nacional de remo para os Jogos Interaliados em Paris, também conhecidos como os
Jogos Pershing.
Dado que não se
realizaram os Jogos Olímpicos, as Nações Aliadas organizaram estas provas, em
vários desportos, para moralizar os soldados e aproximar os países amigos.
Um misto da ANL e do
CNL, representou Portugal e remou em Shell 8 e Shell 4: Timoneiro: Ricardo
Dias, Remadores: Augusto Talone, Jorge Ferro, Virgílio Silva, Carlos Sobral,
João Sasseti, José Branco, João Silva, Gabriel Ribeiro no oito, e no quatro:
Timoneiro: Augusto Neuparth, os Remadores: Carlos Burnay, Raul Brito, Rodrigo
Bessone Basto e José Serra Pereira como suplentes: Henrique Aragão, António
Diniz, Humberto Reis e Carlos Sá Pereira.
No dia 19 de Fevereiro de 1920 na Sala da Associação
Naval de Lisboa reúne-se a Comissão Organizadora e Iniciadora da Federação
Nacional de Remo, com a participação dos clubes de Lisboa e da Figueira (do
Porto não houve resposta à solicitação mesmo depois de serem enviados dois
ofícios), marcando então a reunião de delegados oficiais para o dia 10 de Março.
A Comissão que elaborou as Bases e os estatutos era composta por José Duarte,
Ricardo Pereira Dias, Carlos Sobral e Jorge Ferro.
Sensivelmente um ano
depois aos 29 dias do mês de Agosto de 1921 reuniram-se também na Sala da
Associação Naval, os clubes: Associação Naval de Lisboa, Clube Naval de Lisboa,
Associação Naval 1º Maio, Ginásio Clube Figueirense, Clube Naval Setubalense e
Sport Algés e Dafundo tendo procedido à eleição da primeira Comissão Dirigente
da Federação Portuguesa do Remo que ficou assim constituída:
Presidente – Dr.
Carneiro Prego
Secretario – Nuno
Vasconcelos
Tesoureiro – José Reis
Vogais – Augusto
Salgado e Carlos Botelho Moniz
A FPR veio unificar e desenvolver o Remo em Portugal,
incrementou as provas já existentes e tentou universalizar o desporto do Remo
em toda a sociedade da época, apesar de muitas divergências entre as Comissões
Dirigentes e os Clubes, que não pagavam as suas quotas atempadamente o que
dificultava a organização da Federação e o pagamento das suas despesas incluindo
a quota à FISA.
Em 1922 a Federação
Portuguesa do Remo inscreve-se na FISA, o que lhe permite fazer-se representar
nos campeonatos da Europa em Como, Itália, em 1923, com uma tripulação de Shell
de dois com timoneiro do Sport Clube do Porto e, em 1926, em Lucerna, Suíça,
com uma tripulação do Clube Naval de Lisboa que participou nas provas de quatro
com e sem timoneiro.
A FISA em 1925,
ao querer homenagear o Remo português, convidou Portugal para que ficasse
indigitado para organizar os campeonatos da Europa de 1926 e para tal foi
nomeado o Presidente da Assembleia Geral da FPR, Álvaro Lino Franco, como Vice-Presidente da Federação Internacional
de Remo. Pedro Peters, na altura o Presidente da Comissão Dirigente, deu
conhecimento na AG de 5 de Dezembro de 1925, que o governo de Portugal se tinha
comprometido com um subsídio de 500 000$00 para a organização dos Campeonatos
da Europa e também a dragagem do rio Mondego na Figueira da Foz, local onde se
desenrolaria a prova. O não cumprimento governamental motivou a vergonha da
FPR, a demissão de Álvaro Franco da FISA e o castigo a Portugal tendo sido
retirado o apoio da Federação Internacional no transporte das embarcações para
os Campeonatos da Europa, o que motivaria também a ausência forçada do nosso
país durante largos anos às provas internacionais.
Em 1928
a nova Comissão Dirigente da Federação Portuguesa do
Remo marcou para dia 17 de Junho uma nova prova a Travessia de Lisboa com um percurso de 5000 metros , em
inriggers e outriggers de 4 e outriggers de 8 remos e tripulações mistas, no
intuito do desenvolvimento da prática do Remo. O objectivo era o de
proporcionar aos clubes um ensejo para que todos os seus remadores a pudessem
disputar sem preocupações de categoria.
Os Campeonatos
Nacionais de Remo de 1931, organizados pelo Clube Fluvial Portuense e pelo
Sport Clube do Porto, realizados no Porto, entre o Bicalho e a Alfândega,
destacaram-se pela forte adesão do público que acorreu a ambas as margens para
assistir àquele que foi o maior evento desportivo realizado em Portugal até
aquela data, tendo-se computado uma assistência superior a 50 mil pessoas, com
provas de 2000 e 5000 m.
Nesse mesmo ano, as
Regatas Internacionais da Figueira da Foz com provas Natação, Remo e Vela
tiveram igualmente grande adesão por parte do público, contabilizando-se cerca
de 25 mil assistentes.
A realização, a partir
da década de trinta, dos Campeonatos Escolares de Remo, organizados pela
Federação Portuguesa de Remo e a criação a nível estatal dos Centros de Remo da
Mocidade Portuguesa, movimentaram um maior número de praticantes, facto que se
refletiu no fomento da modalidade.
A realização das
“Festas da Cidade” em Lisboa, em 1934 proporcionaram que se fizesse o primeiro
encontro Porto – Lisboa em outriggers de 8. A prova efetuou-se no dia 10 de Junho ao
longo da muralha da Junqueira na distância de 2500 m . A disputa da “Taça Tejo”, oferta da CML, disputou-se
pelas 14h00, na Junqueira com a vitória do Sport Club do Porto.
Em 1936 realizaram-se
em Cascais as espectaculares Regatas Internacionais do Estoril, com a presença
de Franceses, Holandeses, Belgas e Ingleses. Integrado neste certame náutico
realizou-se o Primeiro Campeonato de
Portugal de outriggers de 8 no qual ficou vencedor o Clube Naval de Lisboa.
Na década de trinta havia
competição na forma de Campeonatos Nacionais e Regionais de Fundo e Velocidade,
Principiantes, Escolares e Internacionais da Figueira e Cascais. Podemos juntar
ainda as regatas particulares das agremiações existentes.
A Taça Salazar foi
adquirida com donativos das 68 Câmaras Municipais do Continente que assim
quiseram prestar o seu concurso à da Figueira da Foz quando esta resolveu
prestar homenagem ao então Presidente do Conselho dando o seu nome a um
riquíssimo troféu para ser disputado em regatas internacionais a terem lugar
anualmente nesta cidade. Esta obra de arte esteve quase para ser destruída mas
alguns figueirenses conseguiram colocá-la a salvo no Museu da Figueira da Foz.
Nesta década apenas em
1938 e 1939 se pode efetuar esta prova. No primeiro ano concorreram as
tripulações dos seguintes clubes:
Studenten
Roeivercentging Njord (Holanda), London Rowing Club (Inglaterra), Rudercclúb am
Wamnsea (Alemanha), Sport Nautique Universitaire de Bruxelas (Belgica) e os
portugueses do Ginásio Figueirense, Associação Naval 1º de Maio, Clube Náutico
de Viana, Sport Club do Porto e o Sporting Clube Caminhense. Após as
eliminatórias remaram a final o London R. C. que venceu em 6´50´´contra os
Alemães
É em 1939 que há a
introdução dos Yolles de 4 e 8 nos Campeonatos Regionais de Fundo. A Mocidade
Portuguesa começou a construir Yolles em estaleiros portugueses e alargou os
seus Centros de Remo possuindo agora filiados em Lisboa, Porto, Viana do
Castelo, Barcelos, Figueira da Foz e Setúbal. Realizaram-se Regatas Escolares
em Lisboa, Porto e Figueira da Foz.
Na década de quarenta
com o apoio das organizações do regime, a Organização Nacional da Mocidade
Portuguesa e a Brigada Naval, no desporto do Remo assiste-se a um grande
incremento na prática da modalidade com um retorno a níveis existentes no tempo
da monarquia, ao mesmo tempo que os clubes estagnam e as suas instalações
deterioram-se, dado que era importante e gratuito representar a Brigada Naval,
ou mais tarde, a Liga dos Antigos Graduados da Mocidade Portuguesa, LAG, os
quais constroem hangares e embarcações enquanto os velhos clubes eram votados
ao abandono. Salazar num dos seus discursos populistas e inflamados tem este
“desabafo”: ”… Que pena me faz ver esse
Tejo maravilhoso, sem que nele remem ou velejem, sob um céu incomparável, aos
milhares, os jovens filhos deste país de marinheiros…”
Por esta altura
organizaram-se várias e diferentes provas destacando em 1944 o I Campeonato de
Remo para empregados das Companhias de Seguros, Torneios da Mocidade, o
Campeonato Peninsular em 42,43 e 45, e um Campeonato Nacional Universitário em
1945. Em 1947 a FPR organizou a 1ª Conferência Nacional de Remo, publicando
também um anuário.
Os Campeonatos
Peninsulares devem-se às diligências de Mendo Saraiva Lobo, espanhol de
nascimento mas português por opção, vencedor da Taça Lisboa em 1931
representando a ANL, da qual foi Director e chegou também a ser Presidente da
Federação Portuguesa do Remo.
No ano de 1943 o CNL
organizou um Curso de Treinadores (pensamos que o primeiro em Portugal)
ministrado pelo experiente treinador de Remo, o Dr. Leopoldo Lehrfeld, acabado
de ser nomeado pela FPR como Treinador Nacional e a quem “ conferiu ao Dr. Lehrfeld os mais latos poderes para o desempenho do seu
cargo.” Como nos é noticiado na Revista de Marinha de 20 de Março de 1943.
Talvez por isso em 1948
Portugal inicia a sua participação nos Jogos Olímpicos, aproveitando as
excelentes performances das célebres tripulações do S. C. Caminhense e do
Galitos de Aveiro. Em 1952,1960,1972,1992,1996 e recentemente em 2008 e 2012
através de Pedro Fraga e Nuno Mendes volta a marcar presença nestes eventos. É
na década de quarenta que também se conjectura sobre a construção de uma pista
de Remo na Cruz Quebrada, em Lisboa, na Barragem do Ermal, em Braga ou na
Pateira de Fermentelos, em Aveiro, desenrolando-se uma acesa discussão sobre o
melhor local, Devido ao facto da FPR ter usufruído em 1943 de um subsidio de 20
000$00, na Revista de Marinha, João Santos escreve que é de vital importância
aproveitar este dinheiro e aplicá-lo todo na construção de uma Pista de Remo,
no Estádio Nacional, em vez de dispersar esta quantia por várias provas e
despesas, o Remo só teria a ganhar com isso pois finalmente teríamos uma um
local adequado às competições oficiais. No entanto a pista de Remo ficaria,
mais uma vez, para outra altura.
No Congresso da FISA
realizado em Montreux no dia 23 de Maio de 1946 estiveram presentes, pela primeira
vez, delegados portugueses. A FPR foi representada pelo seu Presidente José
Soares de Oliveira e o membro da Comissão Técnica Francisco Duarte. (Espanha
delegou em Portugal a sua representação no Congresso). Nessa reunião Portugal
apresentou a candidatura à organização dos Campeonatos da Europa de 1947. A Barragem do Ermal
seria o palco do grande Evento, mas devido a nunca se ter realizado nenhuma
prova oficial no local a Federação Internacional colocou algumas dúvidas sobre
o local, dado que, seria necessário averiguar criteriosamente sobre a
funcionalidade da Barragem e de algumas deficiências que poderiam surgir. Por
este motivo a votação realizada a pedido da Delegação Nacional no Congresso deu
a vitória a Lucerna.
A viagem foi no entanto
aproveitada para a visita aos Estaleiros Stämpfli e aí firmar a encomenda de
três Skiff destinados ao premio Sacramente Monteiro, instituído pela FPR, sendo
o primeiro entregue no espaço de um mês ao Clube Naval de Lisboa para o seu
atleta Campeão Nacional de Skiff António Bustorff Ferro. (a embarcação foi
construída à medida do atleta, causando espanto a Mr. Stämpfli a invulgar
envergadura do remador lisboeta). Este atleta, remador exímio, tal como seu pai
Jorge Ferro, desapareceu da nossa modalidade ao alistar-se na Legião
Estrangeira onde foi abatido a tiro pouco antes da sua desmobilização.
No congresso da FISA
realizado em Helsínquia foi confiada à FPR a realização dos Campeonatos da
Europa de 1954, uma honra que não foi secundada pelas autoridades governamentais,
que apesar de uma exposição efectuada ao próprio Presidente do Conselho não foi
conseguido um subsidio avultado que possibilitasse a organização condigna de
uma prova daquela gabarito, (Não se realizavam Campeonatos do Mundo portanto
esta era a prova mais importante do Remo, não considerando os Jogos Olímpicos).
Este desenrolar de acontecimentos provocou a demissão do Presidente da FPR.
Em 1960 realizaram-se
os Campeonatos Nacionais juntamente com os Primeiros Jogos Luso – Brasileiros, em Rio Novo do Príncipe de 4 a 7 de Agosto, as regatas
efectuaram-se em Yolle e Shell.
Nos dias 3 e 4 de
Agosto de 1963, efectuaram-se os Segundos Jogos Luso Brasileiros, em Porto Alegre , Brasil.
Portugal esteve presente com uma delegação chefiada pelo Sr. Madeira Correia,
viajaram a CUF em Shell de 4 e o Caminhense em Shell de 8, por este motivo não
se realizaram os Campeonatos Nacionais.
O ano de 1966 foi um
ano diferente pois realizaram-se pela primeira vez ao mesmo tempo os
Campeonatos Nacionais de Juvenis, Juniores e Seniores em Aveiro nos dias 6 e 7
de Agosto.
Em 1968 a Federação tentou
chegar a acordo com a Mocidade Portuguesa para que houvesse um calendário de
Regatas comum. Contudo os dirigentes da Mocidade com arrogância não aceitaram e
perdeu-se uma boa oportunidade para haver um maior desenvolvimento da
modalidade, sendo que à sombra dos Legionários os Clubes não conseguem manter
um crescimento sustentado.
Nesse ano o CNIDH foi
Campeão Nacional de Shell de dois com timoneiro feminino no Campeonato de
Fundo, pensamos que foi a primeira vez que houve provas femininas em
Campeonatos Nacionais da FPR.
Em 1970 foi comemorado
o Cinquentenário da Federação.
Inscreveram-se 25 clubes na FPR, foram estabelecidos os subsídios de deslocação
para todas as provas do Calendário, para seniores era de $60, $65 para os
juniores e $70 para os juvenis. Houve a inscrição de 1247 atletas na Federação,
33 dos quais femininos, com um subsídio de 264 500$00 a FPR fechou as contas
com um saldo devedor de 2 893$60. Neste ano tivemos a lamentar o falecimento do
Dr. Leopoldo Lehrfeld, que foi Presidente da FPR, Treinador da Selecção
Nacional, do CNL e do Ginásio Clube Português, diversas vezes vencedor da Taça
Lisboa e participou também como treinador nacional nos Jogos Olímpicos, faleceram
também António Biscaia sócio do Ginásio Figueirense e organizador das Regatas
da Figueira e Aníbal Lopes colaborador da FPR, o desporto do Remo ficou
definitivamente mais pobre com estas perdas. As comemorações das Bodas de Ouro
da FPR efetuaram-se com a Edição de uma pequena Brochura com uma mini Historia
do Remo e uma conferência em Aveiro finalizando com um discurso de Mário
Duarte, grande desportista Aveirense e Presidente da AG da FPR.
A partir de 25 de Abril
de 1974, dá-se início a uma nova etapa no desenvolvimento do Remo desportivo,
pautada pelos princípios de democratização do desporto, definidos na política
estatal da época, tendo em vista a massificação da modalidade. No âmbito desta
política, a Direcção Geral dos Desportos, implementa Planos de Desenvolvimento
da Modalidade. Em 1976, inicia-se o processo de formação de treinadores,
sistematizados em vários graus. É estabelecido um intercâmbio com a Polónia com
a vinda da equipa olímpica polaca durante todo o mês de Fevereiro, tendo, no
âmbito do mesmo, sido dada formação a um elevado número de técnicos nacionais.
Paralelamente, assiste-se à criação de Escolas de Remo da DGD por todo o país.
Nos anos 80, a ANL
introduziu a variante de Remo Indoor em Portugal organizando, em 1992, no
Pavilhão Carlos Lopes o primeiro Campeonato Nacional de Remo Indoor que conta
com um elevado número de participantes.
Em 1985, realiza-se o
primeiro Congresso de Remo, na Figueira da Foz onde, pela primeira vez, se
reúnem todos os agentes desportivos que participam na vida da modalidade,
tendo-se debatido amplamente os problemas do Remo. No ano seguinte o Remo passa
a integrar as modalidades com planos de Alta Competição que a Direcção Geral
dos Desportos apoia.
Após esporádicas
presenças em 1962 e 1982, Portugal inicia, em 1986, a sua participação regular
e sistemática em campeonatos do mundo de remo com uma presença em Inglaterra.
Dois anos depois, Henrique Baixinho, skiffista peso ligeiro, classifica-se em
4º lugar no Campeonato do Mundo de Milão.
Em 1985 disputa-se em
Óbidos um Oxford – Cambridge em Shell de oito, numa pista já balizada, embora
de forma rudimentar. Também neste ano são iniciados cursos de remo para
cidadãos com deficiência aqui neste Hangar.
Em 1989 são redigidos
os novos estatutos e os treinadores criam a sua própria estrutura – o Conselho
de Treinadores. A década de 90 é marcada pelo aumento de participações em
competições no estrangeiro e pela obtenção dos resultados mais significativos
na História do Remo nacional, destacando-se: A conquista, em 1990, da primeira
medalha na Taça das Nações com uma tripulação feminina em double-skull. No ano
seguinte, novamente uma tripulação feminina conquista mais uma medalha na Taça
das Nações, uma medalha nas regatas internacionais de Lucerna e atinge a final
A no Campeonato do Mundo; Em 1994, a conquista da primeira medalha num
campeonato do mundo com uma tripulação de quadri - skull peso ligeiro Henrique
Baixinho, Luís Teixeira, José Leitão e Luís Fonseca. Em 1999, uma tripulação de
double-skull masculino, Artur Antunes e Bruno Mascarenhas, conquista o seu
primeiro título Mundial, no Campeonato do Mundo de Juniores em Plovdiv,
Bulgária. A publicação de legislação sobre o regime jurídico das federações, em
1993, implica que estas alterem os seus estatutos para poderem ser consideradas
de utilidade pública desportiva. Em Lisboa realiza-se a Conferência Anual FISA
de Treinadores com a presença de técnicos de todo o mundo. Em 1997 tem início o
plano de apetrechamento dos clubes, apoiado pela Federação, que viria a
contemplar mais de 100 embarcações, dezenas de ergómetros e centenas de remos.
Três anos mais tarde, cinco árbitros portugueses obtêm a licença internacional
e, quatro deles, passam a partir desta data a marcar presença nas grandes
regatas internacionais, incluindo campeonatos do mundo.
No Congresso Ordinário
da FISA, realizado em Lucerna, Suíça, em Agosto de 2001, José Nunes é eleito
Presidente da Comissão do Remo Adaptado, sendo o segundo português a ter
assento nas estruturas executivas da Federação Internacional, devendo-se ao seu
excelente desempenho nesse cargo, a participação do Remo Adaptado, pela 1ª vez
nos jogos olímpicos em Pequim. Em 2002, depois de um processo iniciado em 1997,
é inaugurada a pista de Montemor – O – Velho, obedecendo o seu projecto às
especificações da FISA para pistas internacionais. Em 2003, e depois de uma
primeira participação no ano anterior, uma tripulação de Remo Adaptado de Soure
conquista a primeira medalha num campeonato do mundo. A prática desportiva do Remo
tem-se diversificado nos últimos tempos e encontramos hoje também nos planos de
actividade federativos além da competição em barcos olímpicos, o Remo Indoor, o
Remo de Mar, o Remo Adaptado e o Remo de Turismo, a organização do Congresso
Extraordinário da FISA na cidade do Porto em 2001, com a presença de 200
delegados de 60 países, e a realização em Montemor – O – Velho, em Agosto de
2002, da Coupe de la Jeunesse, competição onde estiveram presentes 400
participantes de 10 países europeus, deram à Federação e ao País, uma
visibilidade exterior impensável poucos anos atrás, o que originou através de
um grande empenho da Federação Portuguesa do Remo e do Governo, a conquista da
organização do Campeonato da Europa de 2010 ao fim de 86 anos, o que motivou, até
um castigo a Portugal pela FISA, devido ao facto de em 1924 e 1954 os Governos
de então não terem apoiado a organização do evento já destinada a Portugal.
Em 2008 a tripulação de Double-Skull Peso Ligeiro
Com Pedro Fraga e Nuno Mendes conseguiu o apuramento para os Jogos Olímpicos de
Pequim e teve uma excelente prestação conseguindo chegar às Meias-Finais
ficando em 8º na Geral, melhor só a equipa do Galitos de Aveiro uns anos antes.
Nos Jogos Paralímpicos tivemos a participação de Filomena Franco.
A Federação Portuguesa
do Remo participou activamente na fundação do Comité Paralímpico de Portugal e
Carlos Henriques é eleito para a sua Comissão Executiva em representação do
Remo português. O Remo Adaptado teve um franco desenvolvimento em Portugal, com
aumento do número de atletas e participação internacional nos Jogos
Paralímpicos e Global Games, contando já com medalhas nos campeonatos do Mundo
da Modalidade.
Numa Pista de Remo
totalmente renovada, Montemor foi palco em 2010 do Campeonato da Europa de
Remo, organizado pela FPR, avançando também a construção dos Centros de Alto de
Rendimento de Montemor e do Pocinho, locais que permitiu um aumento da
qualidade de treino aos atletas da Selecção Nacional. Nesta Regata Pedro Fraga
e Nuno Mendes sagraram-se Vice Campeões da Europa em double-skull Peso Ligeiro.
A paralímpica
portuguesa Filomena Franco conquistou a medalha de bronze na prova de Skiff
(AS) dos Campeonatos do Mundo de remo, que decorreram no lago Karapiro, na Nova
Zelândia."A prova correu muito bem, apesar do vento, que obrigou a um
controlo muito grande do barco", disse Filomena Franco, uma atleta
paraplégica, em declarações à Agência Lusa.
Filomena Franco, que
terminou a prova de 1000 metros em 07.37,36 minutos atrás da brasileira Cláudia
Santos (06.47,60) e da francesa Nathalie Benoit (06.43,18), lembrou que o seu
grau de lesão "é bastante maior do que os das duas primeiras
classificadas".
Depois de ter estado em
Pequim2008 por convite, no ano que marcou a estreia do remo nos Jogos Paralímpicos,
Filomena Franco garantia que agora sonha com uma presença em Londres 2012.
"Estou no caminho certo, corri com as melhores do Mundo. Quero chegar mais
longe, sei que tenho muito que trabalhar, mas quero estar em Londres",
referiu. Nos Jogos de Pequim 2008, Filomena Franco ficou em 11.º lugar na final
B, tendo então admitido que o seu objectivo "era chegar ao fim".
Nos Jogos Olímpicos de
2012 em Londres a dupla de Peso Ligeiro Pedro Fraga – Nuno Mendes conseguiram
uma prestação espetacular, apurando-se para a Final A onde conseguiram um
extraordinário 5º lugar. Ainda neste ano, em Varese – Itália, esta dupla voltou
a ficar em segundo lugar nos Campeonatos da Europa.
Filomena Franco
conseguiu também participar nos Jogos Paralímpicos de Londres.
Em 2013 Pedro Fraga
venceu duas provas da Taça do Mundo em Skiff Peso Ligeiro (Lucern e Eton
Dorney) tornando-se o primeiro português a alcançar tal feito, sagrando-se
ainda Vice-campeão da Europa nos Europeus de Sevilha. No Campeonato do Mundo
desse ano, na Coreia igualou a prestação de Henrique Baixinho, em 1988 e obteve
o 4º lugar em Skiff Peso Ligeiro.
No ano seguinte em
Belgrado, mais um feito para este atleta, em Belgrado na Sérvia subiu ao mais
alto degrau da prova e sagrou-se Campeão da Europa em Skiff peso ligeiro.
Para 2020 além do
Centenário a FPR convenceu a FIFA a delegar a Portugal o Campeonato do Mundo de
Remo de Mar a 26 de Setembro em Oeiras.
2 comentários:
Parabéns à FPR pelo Centenário e por trazer para Portugal tão importante prova !
Um abraço.
Caro amigo,
Obrigado e um grande abraço,
carlos Henriques
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